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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 11, 2010

DESMAMAR A MÍDIA: BRASIL PRECISA DE LEGISLAÇÃO PARA DEMOCRATIZAR VERBA PUBLICITÁRIA DO GOVERNO COM GRUPOS DE MÍDIA PRIVADOS

11 agosto, 2010

É preciso desmamar os grandes grupos

O viés dado pelas entrevistas feitas pela Rede Globo com os candidatos à presidência da república mostra mais uma vez que o Brasil precisa de legislação para a distribuição de verbas publicitárias.

As entrevistas de William Bonner mostram um viés muito partidarizado para uma rede de televisão que recebe cerca de 50% da verba publicitária do governo.

A Rede Globo chegou a receber 70% das verbas publicitárias no governo de Fernando Henrique Cardoso, do PSDB.

Essa concentração de verbas públicas (governo e estatais) em poucas empresas é o que existe de mais autoritário e nefasto dentro da comunicação e da democracia brasileira.

Não é possível a sociedade aceitar esse privilégio na transferência de recursos públicos.
Os grupos sociais que buscam a democratização da mídia no Brasil deveriam esquecer qualquer ideia de controle da mídia, seja grande ou pequena.

As empresas de comunicação devem ser livres editorialmente. Mas não podem ser livres para abocanhar quase todo o dinheiro do povo brasileiro que vai para a publicidade governamental.

Os grupos sociais deveriam focar esforços em uma legislação que limite em no máximo 10% a quantidade que cada empresa (veículo) deve receber de verba governamental.

Isso em um primeiro momento, mas esse limite deveria ser reduzido nas próximas décadas para 5%.

Assim, uma emissora de televisão só poderia receber 10% do valor gasto com publicidade em TV. Da mesma um jornal, revista ou emissoras de rádio. Isso democratizaria a mídia e deixaria a comunicação no Brasil com mais representatividade.

Ao mesmo tempo, retiraria a dependência das empresas de comunicação das verbas governamentais. Essa deve ser a luta da democracia brasileira e não a tentativa de controle editorial das empresas de comunicação.

É preciso desmamar as grandes empresas de comunicação da verba governamental, seja no âmbito federal, estadual ou municipal.

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