Quem sustenta a oligarquica demotucana em São Paulo? Responda por gentileza.
Estou de acordo com companheiro Eduardo Guimarães. A mídia paulsita mantém uma parte da população paulista anestesiada e alienada dos graves problemas que o Estado de São Paulo vem passando. Não dá, gente. Quando uma administração, ou modelo não dá certo, trocam-se partidos e gestores públicos. Isso acontece em qualquer parte do mundo.
No entanto, a despeito do desmantelamento de São Paulo, com péssima saúde, educaçaõ, transportes e segurança pública, os demotucanos estão entranhados no poder paulista, assim como os coronéis estiveram na política cearense por longos anos.
Importante considerar que a sustentação dos demotucanos se dá pelo apoio explícito de Folha de São Paulo, Estadão, Globo São Paulo e toda um aparato midiático para a perpetuaçao demotucana no poder.
A síndrome de Estocolmo paulista.
O título me foi sugerido por seguidores no Twitter. Alude à impressionante disposição do povo de São Paulo de manter no poder o mesmo grupo político que o massacra e que ali se encastelou em 1994, de onde não saiu mais.
De 1994 para cá, o Estado mais rico e desenvolvido da Federação sofreu um regresso dramático em quase tudo o que é mais importante. Pode-se dizer que temos hoje, os paulistas, a mesma Saúde, a mesma Educação e a mesma Segurança Pública de quando o PSDB chegou ao poder por aqui, só que em um Estado muito mais populoso, o que torna o não-progresso nessas áreas uma legítima tragédia social.
Manipulações das estatísticas engendradas pelos grandes grupos de mídia paulistas (Grupo Folha, Grupo Estado, Editora Abril é o braço da Globo em São Paulo) vêm conseguindo esconder de uma população politicamente perdida dados tétricos como os da Segurança Pública – que, neste momento em que o PCC volta a mostrar seu poder no Estado, explicariam o que está acontecendo novamente por aqui.
Semana passada, por exemplo, a Folha de São Paulo deu manchete de primeira página para uma suposta “redução” da criminalidade que vem sendo alardeada há anos. Duvido de que algum paulista concorde que a criminalidade caiu. Qualquer pessoa, por aqui, dirá que não pára de subir.
O que acontece na Segurança, por exemplo, é que, de 1994 para cá, houve um salto enorme na criminalidade e na violência. Subiu rápido e a patamares altíssimos nos últimos anos do século passado, no âmbito da eterna crise da octaeteride tucana, que, depois de resultados sociais positivos nos primeiros anos do Plano Real, gerou desemprego, inflação, quebradeiras incessantes até 2002, empurrando parte de uma geração inteira de jovens pobres para a criminalidade.
Na Saúde, persiste a prática vigente desde a ditadura de se inaugurar algumas unidades cinematográficas para a propaganda do governo do Estado na TV, enquanto que o grosso da rede pública de saúde permanece sem pessoal, sem equipamentos, com pacientes internados amargando a dor nos corredores dos hospitais transbordantes de gente sofrendo.
A Educação talvez seja o que está pior em São Paulo. Em todos os certames nacionais e internacionais, este Estado fica nas últimas colocações. Os professores são tratados como inimigos pelo governo do Estado. Nas recentes manifestações por melhores condições trabalho, o então governador José Serra colocou sua polícia para espancá-los em praça pública.
Já contei aqui uma história sobre a greve dos professores, mas vale repeti-la. Minha filha casada hospedava em sua residência uma jovem professora universitária francesa que veio ao Brasil no âmbito de um acordo de intercâmbio entre o nosso país e a França. Esteve no Brasil durante a recente greve dos professores paulistas.
Minha filha, como eu mesmo, mora bem perto da avenida Paulista, de forma que a jovem acadêmica francesa acabou presenciando uma das manifestações dos professores naquela avenida neste ano.
Tivemos uma longa conversa sobre o assunto, eu e a moça. Ela não conseguia entender por que os pais dos alunos das escolas públicas não estavam ao lado dos professores e, sobretudo, como era possível que estivessem ao lado do Estado. Seu espanto aumentou depois de saber quanto o governo paulista paga aos que têm a duríssima missão de educar crianças e adolescentes em grande parte bastante pobres e, alguns, até miseráveis.
Fica difícil a qualquer observador isento entender, portanto, que o mesmo Geraldo Alckmin que fez parte dos governos que pioraram tanto São Paulo, que não fizeram metrô, que deixaram a situação da Segurança chegar a esse ponto etc., tenha chance de se eleger no primeiro turno para o governo de São Paulo.
O que acontece com os paulistas? Dizer que o povo do meu Estado é meramente direitista como Alckmin, Serra, Kassab e companhia limitada – coisa que eu mesmo já disse, mas que já não julgo mais que seja exatamente o ponto –, não explica nada.
O que acontece em São Paulo é que a população é mantida sem informação por todos os grandes jornais, rádios e tevês, sem falar na Veja. Aqui, a imprensa escrita tem grande influência. As bancas de jornal são uma instituição, um meio de comunicação à parte. Caminhando por qualquer parte do Estado – mas, sobretudo, pela capital – encontra-se uma a cada esquina.
As manchetes de jornais e revistas são um meio de comunicação à parte, em São Paulo. É por isso que Folha, Estadão e Veja, sobretudo, fazem tantas manchetes que distorcem o que dizem as reportagens às quais remetem – porque os paulistas, sobretudo os paulistanos, não compram essas publicações, mas gostam de ler suas manchetes expostas nas bancas e dali tiram suas conclusões sobre assuntos intrincados.
Além disso, por força de uma educação ruim até no setor privado, a maioria dos paulistas não sabe de quem cobrar Saúde, Educação ou Segurança, por exemplo. Muita gente aqui pensa que o responsável pela Segurança Pública é o governo federal, ou seja, atribuem a guerra paulista ao governo Lula.
Em 2006, quando o PCC pôs este Estado de joelhos tanto quanto começa a colocar agora, os jornais e as tevês locais colocaram na cabeça dos paulistas que a culpa pelas penitenciárias mal-administradas, nas quais os celulares entram como se fossem shoppings centers, era o presidente da República e não o governador do Estado.
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