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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, agosto 05, 2010

Protestos nos usa go home yankees






Ativistas estadunidenses exigem fim da presença militar na Colômbia

Via Diario Liberdade

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teleSUR - Doze membros da organização não governamental SOA Watch (Observadores da Escola das Américas) manifestaram nas portas da base militar colombiana de Tolemaida (centro) contra a presença do Exército estadunidense no país da América Latina. Os membros desta organização indicaram que não se justifica que os EUA gastem milhões de dólares nestes projetos armados quando os estadunidenses sofrem penúrias pela crise econômica.

Uma dezena de ativistas estadunidenses da organização não governamental SOA Watch protestaram nesta quarta-feira em frente a base militar colombiana de Tolemaida, na província de Melgar (centro), para pedir a saída do Exército dos EUA do país latino-americano.

"Queremos que o Governo dos EUA saiba que não estamos de acordo com o uso das bases militares colombianas", clamavam os ativistas norte-americanos assentados na base militar.

Os manifestantes "chegaram diretamente da Colômbia para o protesto e estarão por uma semana", indicou à imprensa internacional um dos organizadores da concentração que pediu para preservar sua identidade.

A manifestação iniciou-se às 14h30 locais (19h30 GMT) e culminou três horas depois, precisou a fonte.

O ativista agregou que a SOA Watch coordenou várias vigílias "contra a influência do Exército dos Estados Unidos com o colombiano".

A estes protestos somaram-se também representantes de várias organizações colombianas que lutam em prol dos direitos humanos.

A concentração realizou-se de maneira pacífica e os membros do Exército que encontravam-se na base permitiram sem problema que se efetuasse a manifestação.

O manifestante não identificado sustentou que, com o protesto, desejavam o Governo dos EUA soubesse seu descontentamento com relação a instalação das bases militares no território colombiano, acordo que Bogotá e Washington subscreveram em outubro de 2009 sob a desculpa de impulsionar a luta contra o narcotráfico.

Os assentamentos militares colombianos que pontuam no tratado das duas nações estão o de Tolemaida, Larandia, no departamento de Caquetá (sul), Malambo (norte), Palanquero na Cundinamarca (centro), Apia no Meta (sul), Cartágena (norte) e Málaga (Pacífico).

A organização estadunidense comentou que a Colômbia era o aliado latino-americano mais forte dos Estados Unidos e nestes momento há cerca de 300 efetivos armados do país do norte na nação sul-americana.

Para os manifestantes, não se justifica que os EUA gastem milhões de dólares em projetos bélicos quando o povo norte-americano está atravessando uma dura situação, com pessoas morrendo de fome e se suicidando em função da crise econômica.

Entre o grupo de manifestantes estadunidenses pertencentes à organização SOA Watch, encontra-se o veterano de guerra do Vietnã, Roy Bourgeois, que está contra a Escola das Américas, bem como também veteranos de guerra professores, um engenheiro mecânico e um sacerdote jesuíta, entre outros.

No dia 30 de outubro de 2009, o chanceler colombiano Jaime Bermúdez e o embaixador dos Estados Unidos no país da América Latina, William Brownfield, assinaram na sede da chancelaria em Bogotá um acordo no qual a Colômbia permite que Washington instale sete bases militares, bem como a presença de pelo menos 800 efetivos do Exército dos EUA e 600 civis contratados pelo governo do país do norte.

A Escola das Américas (atual Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação da Segurança) é uma organização para a instrução militar criada pelos Estados Unidos onde formaram-se militares latino-americanos em técnicas de tortura e atividades violadoras dos Direitos Humanos.

Fontes: teleSUR - Vtv - Abn - Efe/jl - MM
Foto: Efe

Traduzido para o Diário Liberdade por Lucas Morais

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