O debate dos vices
O Estadão vai promover um debate inesquecível: o dos vices.
Do lado de Dilma, Michel Temer, advogado, tribuno, um dos políticos mais experientes do país, em que pese o estilo polêmico. Do lado de Marina, o Guilherme Leal, da Natura, empresário que revolucionou a gestão e as práticas corporativas no Brasil. Do lado do Serra, o Índio da Costa, a vingança maligna do César Maia.
Não se surpreenda se Índio sair distribuindo santinhos seus aos demais candidatos ou fizer marketing de seus livros de auto-ajuda. Ou - na pior das hipóteses -
Colômbia X Venezuela:
Lula aplicou golpe preciso em Hillary, antes que ela metesse os pés pelas mãos
Vamos combinar o seguinte – interessa muitíssimo aos Estados Unidos fincar os pés definitivamente na região amazônica, e a Colômbia, ultimamente, tem sido o melhor caminho. Com a justificativa do combate ao narcotráfico, os Estados Unidos transformaram a Colômbia no terceiro maior destino de suas verbas entre todos os países do mundo. Com a presença longa e em grande extensão dos homens das FARC, encontraram outra boa desculpa para impor suas bases militares próximas às fronteiras com o Brasil. O estilo verborrágico de Chávez também serviu de desculpa e Uribe foi um aliado de mão-cheia.
Quando tudo indicava que a Colômbia poderia se transformar em uma espécie 51º estado americano (exageros à parte...), a diplomacia brasileira entrou em campo, através de Lula, para defender nossos interesses geopolíticos.
A capacidade política de Lula permitiu fazer os países vizinhos compreenderem que era importante abandonarem o papel de meros pretextos para se transformarem em atores soberanos de uma nova América Latina. Como assinala o editorial do jornal mexicano La Jornada, Lula “indicó que cuanto más pronto se establezca la armonía entre Caracas y Bogotá, ‘más van a ganar los pueblos’ de ambas naciones, y convocó a un acercamiento entre el mandatario venezolano Hugo Chávez y el presidente electo de Colombia, Juan Manuel Santos, a quien pidió ‘ejercer su mandato y negociar para alcanzar la paz’". Segundo a agência EFE, “O embaixador colombiano em Buenos Aires, Álvaro García Jiménez, disse neste domingo que a intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ‘foi fundamental’ em busca de uma solução ao conflito entre a Colômbia e a Venezuela”.
O editorial do La Jornada ainda conclui que “ante las posturas expresadas por Lula, es claro que Brasil desempeña, hoy día, un papel lúcido y constructivo en la solución de tensiones en el ámbito diplomático. La condición de interlocutor central y creíble que ha adquirido el gobernante brasileño coloca a su país en la posición de incidir positivamente en conflictos diversos que se desarrollan dentro y fuera del continente, y cabe esperar que lo consiga”.
Lula e a diplomacia do novo Brasil deram grande passo para uma nova América Latina, unida, pacifista, disposta a resolver seus problemas sociais para avançar com altivez no cenário mundial. O estilo Hillary perdeu esse round e, se continuarmos com o pé firme nesse caminho, perderá de vez essa batalha geopolítica.
docomtextolivre
PAZ ENTRE COLOMBIA E VENEZUELA: DERROTA PARA O URIBISMO TUCANO
Álvaro Uribe despediu-se do poder regurgitando provocações contra Chávez, que o ignorou. A tentativa algo desesperada de impedir que o belicismo desagregador personificado por ele virasse passado na política regional não deu certo. Nem bem a cadeira presidencial esfriou, seu sucessor, Juan Santos, recebeu o venezuelano para restabelecer a paz nas relações bilaterais. A atitude madura reforçada pela intermediação cuidadosa da Unasul, através de Nestor Kirchner, adiciona um caminhão de más notícias à candidatura do presidenciável brasileiro, José Serra. Esganado pela mão dupla de uma economia que bate recordes sucessivos na geração de empregos e tem um Presidente com 80% de aprovação, interessaria ao tucano vocalizar o uribismo no ambiente eleitoral brasileiro. Seu parceiro de chapa e idéias, Índio da Costa, e o back-vocal obsequioso da mídia demotucana, foram insuficientes, porém, para emplacar o delirante enredo que insinuava a existência de um ‘eixo do mal’ latinoamericano, formado por guerrilheiros das Farcs, tráfico, o PT e, claro, a candidatura apoiada por Lula. Era o título pronto de um filme à moda Stallone: ‘Uribe e Serra contra o Mal’: --Eles cortam cabeças de pessoas’, disse o ex-governador de São Paulo na pré-estréia. O reatamento das relações entre Venezuela e Colômbia indica que o trem da paz pode incorporar uma solução política para o futuro das Farcs. O rápido avanço das negociações no ambiente pós-Uribe avulta a desconcertante inadequação e o esférico despreparo da dupla Serra & Índio para liderar o mais influente guarda-chuva econômico e político de uma convergencia regional assentada na paz e na cooperação: a chefia do Estado brasileiro.
(Carta Maior)
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