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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 10, 2010

O neoliberalismo com patrimonio público ou o mercantilismo sem escrúpulos









A Alcântara Mineira do governo Lula

GilsonSampaio

A Base de Alcântara, no Maranhão, quase foi entregue pelos tucanos, capitaneados por FHC, para o império instalar uma base militar disfarçada de centro espacial. O grau de vassalagem jamais visto era tão vergonhoso e a afronta à nossa soberania tão grave que o “negócio” micou. Coisas de tucanos sem vergonha.

De Minas, vem a notícia do jornal O Tempo, da venda da mineradora Itaminas para a China. É isto mesmo, está sendo vendido um pedaço do território brasileiro para um outro país. Em março, a notícia da venda foi anunciada nas páginas de economia da midiazinha sem-vergoinha e foi omitido que o consórcio comprador era formado por estatais chinesas, ou seja, o governo chinês terá um enclave no território brasileiro, ‘somente uma pequena província.’

Esta venda, guardadas a proporções, é a Alcântara do governo Lula.

Depois desta porta arrombada, que mais podemos vender a países interessados?

Governo chinês adquire um pedaço do território mineiro

Para advogado, manobras no controle de empresa burlam a legislação

TÉO SCALIONI

A recente compra da mina da Itaminas, em Sarzedo, na região metropolitana de Belo Horizonte, por US$ 1,2 bilhão, pelo consórcio chinês ECE - Birô de Exploração e Desenvolvimento Mineral do Leste da China -, tem gerado discussões entre especialistas do setor. Como trata-se de uma estatal chinesa à frente do negócio, indiretamente, o país asiático estaria comprando um espaço do território brasileiro.

O maior temor de nacionalistas é que negócios como esse possam abrir brechas para que países estrangeiros comprem outras terras no país, visando suas riquezas naturais. De acordo com o ex-ministro da Indústria e Comércio, João Camilo Penna, trata-se de uma situação perigosa, pois é um outro país adquirindo um território no Brasil.

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"Isso é completamente diferente de uma empresa privada atuar em outro país ou até mesmo comprar um espaço de terra. Nesse caso, não é uma organização e, sim, uma nação", alerta Penna.
Segundo o ex-ministro, a venda de uma mina brasileira a um grupo estatal é um negócio que pode trazer consequências desagradáveis, podendo inclusive, causar atritos entre os dois governos.
"Uma operação dessa só é legal porque os advogados sempre conseguem arrumar uma brecha nas leis e se utilizam dela", lamenta ele, reforçando que o governo brasileiro precisa agir para impedir que outras negociações como essa ocorram no país.

Para o advogado e professor de direito do curso de relações internacionais do Ibmec, Vítor César Silva Xavier, pela constituição federal, essas empresas estrangeiras são proibidas de atuar diretamente em solo atual. "A proibição decorre do simples fato de as empresas chinesas não estarem constituídas em conformidade com a lei brasileira e por elas não terem sede no Brasil", explica Xavier.

Conforme acredita o professor, para superar esse empecilho legal, as empresas chinesas têm adquirido participação majoritária em mineradoras já constituídas e com sede no Brasil, ou, simplesmente, criam uma nova empresa em território nacional. Tal medida é perfeitamente lícita, pois não existe vedação de uma ou mais empresas estrangeiras serem proprietárias do capital social de uma empresa brasileira.

"É preciso frisar que, legalmente, a empresa será brasileira quando constituída em conformidade com as leis brasileiras. Para ser nacional, é irrelevante a nacionalidade dos sócios", salienta, observando que uma outra alternativa pode ser duas empresas chinesas criarem uma terceira empresa no Brasil que estará submetida aos interesses de ambas.

Xavier reforça que proibir tal conduta fere o artigo 5º da Constituição da Republica Federativa do Brasil, que estabelece a igualdade no tratamento entre os brasileiros e os estrangeiros residentes em território nacional.

Segundo ele, tal medida também iria contrariar o artigo 170 da Constituição, que defende o ideal da livre concorrência.

Asiáticos buscam ativos para adquirir em vários países


O crescimento chinês no mundo e suas aquisições no Brasil preocupam o ex-ministro Delfim Netto. Em um artigo escrito recentemente, ele observou que a agressividade chinesa não se resume à conquista de mercados para suas exportações.
Segundo ele, os chineses estão claramente procurando uma diversificação de seu portfólio, saindo de aplicações financeiras em busca de coisas físicas. "A China tem, hoje, uma presença externa semelhante a dos europeus nos bons tempos coloniais: ela invadiu praticamente todo o continente africano", disse.
Netto afirmou que, para manter a sua sociedade, a China precisa suprir-se de minerais, de alimentos e de energia, e irá onde puder buscá-los. Ainda segundo o ex- ministro, o Brasil seria um possível local para ser explorado. "Não devemos admitir que empresas estatais da China comprem nossas jazidas de ferro, manganês, ou porções de terra para a produção de alimentos", observou. (TS)

Lei mineral
Decreto.
No Brasil, há o Decreto Lei n° 227 de 1967 que estabelece todo o procedimento jurídico para ser concessionário de uma lavra, desde sua autorização para pesquisa à exploração. O seu artigo 16 afirma que a autorização será pleiteada em requerimento dirigido ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).
Estrangeiros. O decreto exige a "indicação da nacionalidade" do interessado. Ao fazer isso, afirma que o interessado pode sim ser estrangeiro. Da mesma forma, se uma empresa estrangeira comprar as ações de uma mineradora que já tenha a lavra, o procedimento será lícito, desde que autorizado pelo DNPM.


É impressionante verificar o que produz o neoliberalismo, o mercantilismo e o vale tudo da "liberdade" de que tudo é negociável, é possível verificar que quanto maior a miséria material e moral tudo se negocia existe lugares onde pai vende a filha ou a mulher em troca de alguns dolares, quando temos mais recursos e mais ética podemos ver que muitos valores não se negocia, daí a importância de um Estado forte, que renove os valores duradouros de uma nação de um povo de uma sociedade, que deve ser protegida por seres humanos éticos comprometidos com valores que não se negocia. É interessante notar que os que se vendem ou vendem o que não lhes pertence agem sempre de forma excusa, enquanto que os que compram são os que defendem a "liberdade" do livre comércio são os mesmos que procuram degenerar todos os valores que a humanidade levou séculos para adquirir e se organizar, isso afeta a sociedade como um todo, é tranquilo para um pai de familia subornar uns guardas subornaveis, para acobertar as maluquices de um filho transgressor, assim como é simples defender infidelidade conjugal e casamento gay em nome das vantagens financeiras. Ética pra que, vale tudo no mercantilismo.

doChebola

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