GilsonSampaio
Não vi o debate inteiro, vi pequenas partes, e o que vi foi desalentador, excetuando-se a participação de Plínio de Arruda Sampaio. Pode-se até atribuir à experiência de sua longa vida de oitenta anos o seu desempenho seguro, não sem razão, mas isto não é tudo. O discurso de Plínio não é truncado, nem mecânico; não tem zonas de sombras, nem concessões; é cristalino e fiel à sua história. Dizer que é um discurso amalucado e anacrônico por seu combate à canalha bancária, ao latifúndio e à injustiça social é esconder a história e fazer cara de paisagem para o presente, tão em evidência na União Europeia, onde o modelo empurra os trabalhadores, ou melhor, as gentes, os seres humanos, para o regime de servidão.
Discutir o acesso da população a um serviço público de saúde digno é reconhecer a ausência de vontade política e submissão ao mercado na resolução do problema. A CPMF não era a redenção da saúde, mas, foram R$ 40 bilhões de um imposto socialmente justo, retirados do setor pelos tucanodemos de Zé Pedágio.
Plínio denunciou o jogo de cartas marcadas que são os debates, onde a supressão do confronto ideológico é evidenciada pela não participação de outros partidos, como o PSTU, que tem vida própria pré e pós eleições, diferentemente da maioria dos nanicos que não passam de partidos laranjas.
Me assusta a perspectiva cada vez mais palpável da vida política do país se enveredar para o bi-partidarismo, com o PT de um lado e o que restar dos destroçados tucanodemos, provavelmente aglutinados numa nova agremiação, do outro.
Seria bom para a nossa democracia tão excludente que as forças progressistas começassem a bater o tambor a favor da diversidade de ideologias nos próximos debates.
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