Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 06, 2010

A Injustiça Operação Satiagraha






A Justiça brasileira é
sob medida para Daniel Dantas


As únicas vitimas da Satiagraha


Diz o excelente repórter Mario Cesar Carvalho, um dos últimos da espécie na

“Justiça dos EUA desbloqueia US$ 500 milhões do Opportinity”

O Juiz americano considerou que Daniel Dantas ainda não foi condenado definitivamente no Brasil.

E por isso os bens não podem ser congelados.

O Juiz brasileiro, Marcelo Cavali, porém, considerou que Dantas não pode mexer no dinheiro, por enquanto.

Tudo vai depender de a decisão “transitar em julgado”.

Vai depender de uma condenação final.

Isso vai acontecer no dia de São Nunca.

E numa quarta-feira dessas o Dantas entra no Supremo com um “HC Canguru” e manda o Juiz Cavali para o mesmo lugar em que se refugia o Juiz De Sanctis.

Ao ser promovido, De Sanctis será encarregado da Justiça Previdenciária no Tribunal Regional Federal – foi o que me contaram.

E quem pretende ir para o lugar dele é o Juiz Mazloum, para cuidar dos crimes do colarinho branco – me contaram também.

Portanto, De Sanctis, vai cuidar dos velhinhos que reclamam de Previdência.

E se o Juiz Cavali se meter a valente, vai acabar perseguido pela Justiça – como de Sanctis.

É a Justiça em que o De Sanctis não acredita: clique aqui para ler “Juiz que prendeu Dantas duas vezes não confia na Justiça”.

Como lembra o Mario Cesar Carvalho: a Justiça brasileira tem a peculiaridade de não produzir sentenças definitivas sobre criminosos do colarinho branco.

A Operação Satiagraha ainda não produziu uma.

Por enquanto, as únicas vítimas da Satiagraha foram o ínclito delegado Protogenes Queiroz, perseguido implacavelmente pelo Dr Corrêa, e o Juiz De Sanctis.

Viva o Brasil !

Paulo Henrique Amorim

Nenhum comentário:

Postar um comentário