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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Aécio dá sinuca de bico em São Paulo




    Na foto, o osso que o Padim, o do aborto, não larga
    https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjX9x5JxFmj-EYpYyxfcDWclLs2BTsSd0LpIQihEZfXovZyxHBJ8t-XbsXwnzE1kMtE2F2OLDZUaA9O_pvWVzrVPCtg71zj-_F-baI6m5cDmLV3T5gpxQauOu6i1tA8oxzPTYowuh1xqbho/s1600/bessinha_418.jpgO Conversa Afiada já demonstrou que Aécio Neves ultrapassou os morros das minas gerais e resolveu jogar na liga principal.

    Clique aqui para ler “Aécio afunda FHC e aborto do Serra.”

    O significado mais profundo da iniciativa de Aécio é desmentir um dos dogmas da política brasileira: São Paulo ganha eleição.

    Na verdade, São Paulo não ganha eleição nem controla a Oposição.

    Aécio detonou Serra, o do aborto, e FHC, que não tem um voto.

    Aécio começa a trabalhar 2014 pelo Nordeste.

    Procurou Eduardo Campos e o PSB de Renato Casa Grande e Cid Gomes.

    Isso significa que Aécio concorda com este ordinário blogueiro e com Mino Carta na suposição de que FHC e Padim Pade Cerra transformarão SP num reduto do Partido Republicano Paulista -  último a aceitar a libertação dos escravos – e na UDN, em sua versão mais moderna e igualmente medieval.

    São Paulo é um caso perdido, depois de 16 anos de administração tucana.

    É um quisto secessional – a nossa Carolina do Sul.

    O problema do Aécio é que o Serra não vai largar o osso e o PSDB é muito pequeno para o Aécio e a turma de São Paulo: Padim Pade Cerra, FHC e Tasso Tenho Jatinho Porque Posso Jereissati.

    Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil.

    Ou o Aécio acaba com o PSDB de São Paulo ou Aécio vai ter que baixar em outra freguesia.

    A única coisa certa dessa profunda divisão da oposição é que há um sentimento nacional contra o paulistismo.

    Por exemplo, é o promotor Ribeiro Lopes contra o Tiririca e o resto do Brasil.

    Todo mundo torce por Tiririca, menos um promotor de São Paulo

    Clique aqui para ler o post e ver o vídeo sobre “SP deveria ter orgulho de Tiririca.”

    Aécio rompeu com os tucanos de São Paulo ao mesmo tempo em que procurou o PSB, um partido que cresce a partir do Nordeste.

    O racha da Oposição é muito mais profundo do que a luta do PT e do PMDB pelo ministério da Dilma.

    PMDB e o PT se uniram na vitória.

    Os tucanos se desuniram na derrota.
    A Geografia do Aécio é melhor do que a do Padim e a do FHC.

    Paulo Henrique Amorim

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