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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, agosto 03, 2011

Câmara de São Paulo aprova dia do orgulho ex-BBB

A cúpula do DEM se reuniu para avaliar o desempenho do partido nos últimos 30 dias. "Poupamos os brasileiros de um filme sérvio e, agora, esperamos erradicar a boiolagem. Somos a vanguarda da retaguarda", diz o memorando.
SÃO PAULO - Após aprovar o "Dia do Orgulho Hétero", criado pelo vereador Carlos Apolinário (DEM) sob o argumento de que "O heterossexual precisa sentir orgulho de não ser homossexual", a câmara de São Paulo se prepara agora para criar novos dias festivos que valorizem outras categorias sem voz na sociedade.
Entusiasmado, Apolinario deu entrada em projeto de lei para recuperar a autoestima de ex-BBBs. "São pessoas honradas, que hoje se veem reduzidas a correr diuturnamente atrás de papparazzis, mendigar pautas no TV Fama e criar eventos estapafúrdios para aparecer na mídia. Estimo que a classe de ex-BBS, que cresce exponencialmente desde 2001, é hoje uma das mais humilhadas de nossa sociedade ", asseverou o parlamentar. Apolinario garantiu que o "Dia do Orgulho ex-BBB" também beneficiará celebridades esquecidas de No Limite, Busão do Brasil, A Fazenda, Casa dos Artistas, Hipertensão e Fama.
A repercussão foi imediata, levando vereadores a atolar a pauta da Câmara com novas datas festivas. Foram criados dias comemorativos para a raça ariana, para os proprietários de Audis A3 e para cidadãos paulistas que lambem o cabelo com gel. Além disso, foi também sugerida a promulgação do "Dia do Trânsito", do "Dia da Poluição Sonora", do "Dia da Arquitetura Feia” e do “Dia das Lojas de Luxo que Sonegam o Leão”.
By: The i-Piauí Herald
*comtextolivre

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