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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 09, 2011

Globo se volta contra classe C


A Rede Globo após ter anunciado no Jornal Nacional de sexta, (5) e em todos seus telejornais subsequentes, incluindo suas afiliadas, o patético documento “Princípios Editoriais das Organizações Globo” que foi comentado aqui com o título “"Rede Globo e seus princípios editoriais”, agora aponta sua artilharia contra a classe C, a “Nova Classe Média” que é prato favorito da colunista Míriam Leitão.
A direita reacionária sabe que a classe C decide as eleições majoritárias em qualquer parte do mundo, e aqui não será diferente, pelo contrário: a tão falada e temida classe C que hoje apavora essa direita e a mídia marrom do PIG, só conseguiu se concretizar no Brasil após o governo Lula, 502 anos após o descobrimento pelo “infeliz” do Pedro Alvares Cabral que não prestava sequer para navegar. Havia recebido a “importantíssima” missão de ir à Índia buscar pimenta e outros temperos para o rei de Portugal, acabou se perdendo e dando com os costados pela bandas de cá, o que acabou por salvar seu pescoço. Mas impediu que fossemosIlustração da distância que se perdeu colonizados por povos mais trabalhadores e menos corruptos, que só fizeram sugar nossas riquezas desde então. E já vou logo avisando aos historiadores e outros entendidos no assunto que nos livros pode estar escrito o que for, mas minha visão do descobrimento do Brasil é essa, e não mudo de opinião.
Agora, os “especialistas” da Globo começaram a bombardear nos noticiários a “preocupação” que a classe C volte ao patamar de antes, sempre com palavras de duplo sentido, tentando assustar a população e fazer com que pare de ir às compras gerando assim o que ela realmente deseja, que é a recessão e consequentemente o empobrecimento da população que se enquadra nessa classe, vislumbrando uma situação que não existe e que interessa apenas a alta burguesia, que não tem mais a grande parte da população como capacho, e hoje se vê obrigada a dividir espaço nas ruas com carros populares (alguns nem tanto), em aviões, nas faculdades, etc. A classe C está conseguindo comprar um imóvel, atrapalhando os especuladores de aluguéis imobiliários com preços proibitivos.  A mídia marrom do PIG tem seus noticiários tendenciosos rebatidos por “indivíduos”, muitos não jornalistas mas que pensam, e que hoje tem um computador ligado à internet. (Foi a própria Globo que disse em seus “princípios editoriais”.)
A presidenta Dilma, a despeito do ex-presidente Lula em 2008 já percebeu a manobra e fez um pronunciamento com o seguinte teor: “A presidenta Dilma Rousseff pediu na manhã de ontem que o brasileiro não deixe de consumir, como forma de ajudar a proteger o Brasil da crise econômica internacional. Em entrevista no Palácio do Planalto, ela afirmou que não é um momento para "brincar e sair por aí gastando o que não temos", porque o Brasil não é "uma ilha isolada no mundo" e não está "imune" às turbulências econômicas do mundo, mas que o consumo deve continuar porque o país não passa por "nenhuma ameaça".
Dilma fez um apelo ainda durante a manhã de ontem, para que todos os segmentos da sociedade tenham "muita tranquilidade, muita calma e nenhum excesso". Perguntada se o Brasil, caso chamado a ajudar economias em crise, poderia prestar ajuda financeira, a presidente afirmou que o país "não se furtará" a cumprir seu papel. "Se houver necessidade de ajuda, seja ela qual for, o Brasil não se furtará. Mas não há perspectiva disso", afirmou.
Por: Eliseu
*oCarcará

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