MPF faz representação contra Bastos
Procurador argumenta que Cachoeira não teria renda lícita para pagar advogado
GOIÂNIA . O procurador da República no Rio Grande do Sul Manoel Pastana
pediu aos colegas do MPF em Goiás que investiguem a origem do dinheiro
que o bicheiro Carlinhos Cachoeira tem usado para pagar os honorários do
advogado Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça. O chefe do
Ministério Público Federal em Goiás, Alexandre Moreira, encaminhou o
caso aos procuradores Daniel de Resende Salgado e a Léa Batista.
Caberá a Resende e Léa, que estão à frente da Operação Monte Carlo,
decidir se representação contra Bastos, formulada por Pastana, tem
fundamento e deve ser levada adiante. Pastana diz que o bicheiro tem
bens apreendidos e, aparentemente, não teria como pagar honorários do
advogado criminalista mais caro do país. Bastos teria sido contrato por
R$ 15 milhões, conforme cita o procurador com base em reportagens.
"É que o cliente do representado não ostenta renda lícita, que
justifique o pagamento de honorários de um advogado em início de
carreira, a fortiori de um causídico do nível do ex-ministro da Justiça,
que, segundo divulgado na imprensa, teria cobrado 15 milhões de reais a
títulos de honorários advocatícios", argumenta Pastana. O procurador
entende que o dinheiro de Cachoeira, supostamente chefe de uma
organização criminosa, é de origem ilegal e, portanto, Bastos poderia
ser responsabilizado com base na lei de lavagem.
Advogados que estão atuando no caso Cachoeira reagiram à investida do
procurador. Para Calisto Abdala, advogado de Giovani Pereira dos Santos,
contador de Cachoeira, Pastana estaria cerceando a liberdade de defesa.
Procurado, Bastos disse que não falaria sobre o assunto. O ex-ministro
pediu que a Ordem dos Advogados do Brasil interceda no caso para
defender as prerrogativas do advogado.
*comtextolivre
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