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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, julho 02, 2012

Covardia nazi-sionista de ferver o sangue: besta chuta criança de 9 anos já dominada por outra besta

Israel vai investigar vídeo em que soldado chuta criança de 9 anos

Soldado segura garoto de 9 anos antes de ele ser chutado por outro policial. Foto: Reprodução
Soldado segura garoto de 9 anos antes de ele ser chutado por outro policial. Foto: Reprodução
A Polícia da Fronteira de Israel iniciou uma investigação contra um policial filmado na última sexta-feira 29 dando um chute em uma criança de apenas nove anos, em Hebron, na Cisjordânia, enquanto um outro policial a segurava. O vídeo, divulgado pela ONG israelense B’Tselem, se tornou público nesta segunda-feira 2 e mostra, além de um gravíssimo episódio de violação de direitos, o efeito deletério que a ocupação israelense sobre terras palestinas produz.
De acordo com a B’Tselem, um voluntário da ONG fez a filmagem quando observou um policial uniformizado e armado com um fuzil montando uma “tocaia” para segurar o garoto. Identificado como Abd al-Rahman Burkan, de 9 anos, o garoto estaria jogando pedras contra os policiais. O vídeo, de cerca de dois minutos, mostra Abd andando em um beco quando é agarrado pelo policial que estava de tocaia. Abd começa a chorar e o policial, que o segurava pelo braço, questiona: “Por que você está criando problemas?”. Em seguida, um segundo policial surge e dá um forte chute na criança. O primeiro policial solta o garoto, que foge, e cada um dos policiais vai para uma direção diferente.

A B’Tselem prometeu entrar com uma ação contra os dois homens. Em resposta enviada ao jornal Haaretz, o comando da Polícia da Fronteira de Israel lamentou o comportamento dos policiais e afirmou que as ações “contrastam com os valores da força”. O incidente, “raro” segundo a polícia, “não representa as ações da Polícia de Fronteira” e será investigado imediatamente.
A investigação interna servirá para punir os dois policiais, o que é importante, mas ao mesmo tempo ínfimo diante do pano de fundo trágico que está por trás do episódio. O chute contra o garoto ocorreu em Hebron, cidade majoritariamente palestina e que está dentro da Cisjordânia. A administração da cidade é dividida entre Israel e a Autoridade Palestina. A AP controla a área maior, de maioria palestina, e Israel administra um quadrante onde há grande comunidade judaica.
Forças do Estado israelense estão em Hebron para proteger cerca de 90 famílias judias que se consideram as protetoras da chamada Tumba do Patriarcas, onde estaria enterrado Abraão. É o segundo lugar mais sagrado para os judeus (depois de Jerusalém), mas também reverenciado pelos muçulmanos. A maior parte dos policiais e soldados israelenses, como este que chutou a criança, vive sob a enorme pressão de conviver com uma população extremamente hostil e proteger uma maioria de fanáticos religioso, enquanto as crianças palestinas, como Abd, de 9 anos, criadas num ambiente quase sempre de pobreza, violência e culto ao ódio contra Israel, têm como única imagem dos vizinhos os soldados, que muitas vezes agem de forma truculenta.
Assim, não só em Hebron, mas em todos os lugares onde há assentamentos judeus sobre terras palestinas, israelenses e palestinos têm convivido todos os dias nas últimas décadas. Não é preciso muito para entender que este é um enorme impedimento para a conquista da paz.
*GilsonSampaio

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