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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, julho 04, 2012

Emocionante: Cristina Kirchner entrega os primeiros documentos de identidade aos trans, travestis e filhos de casamentos homoafetivos



Marta Suplicy relata novo crime e volta a defender a criminalização da homofobia


Dakota Cochrane lutador TUF (Foto: Divulgação)Senadora Marta Suplicy PT/SP (Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado)
A senadora Marta Suplicy voltou a defender nesta terça-feira (3) a aprovação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, que criminaliza a homofobia. A fala da senadora foi motivada pelo assassinato de Lucas Ribeiro Pimentel, de 15 anos. Assumidamente gay, o jovem foi torturado e morto em Volta Redonda (RJ). Segundo a polícia civil, que investiga o homicídio, há indicativos de motivação homofóbica.

"Essa questão da violência contra os homossexuais mostra cada vez mais a necessidade de se votar nesta casa o projeto de combate à homofobia" afirmou a senadora, que citou outros casos recentes.

Marta Suplicy lembrou o fato de o crime ter sido cometido na última quinta-feira (28), dia em que se realizou, na Câmara, audiência pública para discutir a revogação de normas do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que proíbem profissionais da área de propor tratamento para 'curar' a homossexualidade.

"Nos deixa consternados haver uma audiência pública para um tema sobre o qual absolutamente não é necessário ter discussão" criticou.

audiência gerou polêmica e apenas dois dos cinco convidados participaram do debate. Um dos palestrantes seria o presidente do CFP, Humberto Verona. A entidade, no entanto, enviou um manifesto de repúdio à comissão e classificou a audiência como “falso debate” unilateral.
*Mariadapenhaneles 

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