Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, julho 02, 2012

Irã testará mísseis para demonstrar força a Israel e EUA

Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad - Vahid Salemi/AP
Vahid Salemi/AP
Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad

Durante três dias, Guarda Revolucionária do Irã fará lançamentos contra alvos no deserto

 
TEERÃ - A Guarda Revolucionária do Irã anunciou que esta pronta para atirar mísseis balísticos e outros mísseis contra alvos no deserto durante exercícios de guerra de três dias, a partir de amanhã, em uma advertência as ameaças de ação militar por Israel e pelos Estados Unidos. "Mísseis de longo, médio e curto alcance serão lançados de diferentes lugares do Irã, de bases aéreas semelhantes às utilizadas por forças militares de fora da região", disse o chefe da divisão aeroespacial da guarda, responsável pelo sistema de mísseis, o brigadeiro-general Amir Ali Hajizadeh.
"Estas manobras enviam uma mensagem para as nações aventureiras de que a Guarda Revolucionária Islâmica está preparada junto a determinada e unida nação iraniana para receber os intimidadores e irá responder decididamente a qualquer problema que causem", afirmou, segundo reportou o site oficial de notícias da Guarda Revolucionária Islâmica.

Embora o Irã frequentemente realize exercícios de guerra, os previstos para esta semana parecem uma ameaça à bases militares norte-americanas que estão em países vizinhos como o Afeganistão, Bahrain, Kuwait e Arábia Saudita, caso o país seja atacado por Israel ou os EUA.

Tel Aviv e Washington têm dito que uma ação militar contra o Irã continua sendo uma opção, se a diplomacia e as sanções que estão sendo aplicadas contra o país não convencerem seus líderes a parar com o programa nuclear.



Nenhum comentário:

Postar um comentário