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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 07, 2012

MP avisa Câmara de Apucarana que lei do pai-nosso é inconstitucional


O promotor André Luis Bortolini, do Ministério Público do Paraná, expediu nesta sexta-feira (6) uma orientação aos vereadores de Apucarana para que o projeto de lei 102/2012, que institui o pai-nosso nas escolas públicas e privadas antes da primeira aula, não seja aprovado porque fere a Constituição.

Apucarana fica a 369 km de Curitiba e tem cerca de 120 mil habitantes, entre os quais 58 mil estudantes.

De autoria do vereador evangélico José Airton Araújo (PR), o Deco do Cachorro Quente, o projeto de lei já foi aprovado em primeira discussão pelos 11 vereadores da Câmara.

Diante da pressão de moradores e da Atea (Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos), a Câmara adiou a votação em segunda discussão para uma nova análise do projeto de lei. A votação está marcada para a próxima semana.

Bortolini, em seu comunicado aos vereadores, lembrou que a laicidade do Estado brasileiro garante a liberdade de crença e culto e é por isso mesmo que o poder público tem de se manter independente em relação às religiões.

Ressaltou que, além disso, a escola é um espaço de manifestação da pluralidade de pensamento, não cabendo, portanto, a imposição de um credo religioso.

O promotor alertou que, se os vereadores insistirem em aprovar o projeto de lei, o Ministério Público providenciará o ajuizamento de uma Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade).
Com informação do MP-PR.
Professora de Apucarana afirma que lei do pai-nosso é bullying.
julho de 2012 

Religião no Estado laico.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz1zxQcegdq
Paulopes

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