Pobreza no Brasil caiu 36% em 6 anos
Relatório da OIT mostra que pobreza no Brasil caiu 36% em 6 anos
Dados da Organização Internacional do Trabalho apontam que a redução da pobreza em favoreceu 27,9 milhões de pessoas
EFE
O nível de pobreza no Brasil diminuiu 36,5% desde 2003 graças a
ampliações de planos sociais e progressivos aumentos do salário mínimo,
segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pelo escritório local da
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
"A redução da pobreza entre os trabalhadores está associada diretamente
ao aumento real dos rendimentos do trabalho, à ampliação da cobertura
dos programas de distribuição de renda e ao aumento da taxa de ocupação,
sobretudo na área do trabalho formal", indica o estudo divulgado pela
organização.
Os dados da OIT coincidem, em linhas gerais, com os do governo federal, e
apontam que a redução da pobreza em 36,5% favoreceu 27,9 milhões de
pessoas, que passaram a fazer parte das camadas mais baixas das classes
médias.
Segundo os parâmetros da OIT, são consideradas pobres pessoas cuja renda
seja inferior ao salário mínimo, que hoje é de R$ 622 e aumentará, a
partir do próximo ano, para R$ 667,75. Entre os planos sociais e de
transferência de renda, a OIT destaca o impacto do Bolsa Família, que em
2004 ajudava cerca de 6,5 milhões de famílias e agora chega a 13,3
milhões de famílias, com um investimento que em 2011 foi de a R$ 16,7
milhões.
O relatório aponta que, apesar dos "consideráveis avanços", 8,5% da
população brasileira ainda vive em condições de extrema pobreza, com
renda mensal inferior a R$ 70. Além disso, o relatório diz que apesar de
o Brasil melhorar em termos de formalização do trabalho, calcula-se que
cerca de 30% da massa laboral do país ainda presta serviços de maneira
informal.
"Em linhas gerais, há uma evolução muito positiva desses indicadores,
mas isso não quer dizer que não persistam ainda enormes desafios",
indicou a diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo.
Entre os desafios, ela citou o caso das mulheres, que em média trabalham
anualmente dez dias a mais que os homens, já que em geral continuam a
cargo de todas as tarefas do lar, e, além disso, têm mais dificuldades
para ascender no mercado de trabalho e ganhar melhores salários.
O relatório sustenta que a população negra persiste como a mais pobre, a
menos escolarizada e a que mais tem dificuldades para conseguir
empregos de qualidade. A OIT também aponta que o Brasil deve fazer um
esforço para dar maiores oportunidades de educação e emprego aos jovens
de 15 a 24 anos, entre os quais 18,4% (6,2 milhões de pessoas) não
estuda ou trabalha.
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