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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 19, 2012

Podre Ocidente, Retórica Barata, Baratíssima…

Atentados à bomba, em Nova Iorque, Londres ou Madrid, foram prontamente intitulados de terrorismo, e serviram até –  ignobilmente – de motivo para invadir e devastar vários países, assim como matar à escala dos milhões (mais de 1 milhão no Iraque, mais de 300.000 no Afeganistão).
Atentados à bomba na Síria, patrocinados descaradamente pelos EUA e vários países europeus, matando indiscriminadamente e eliminando sumariamente membros do governo e/ou forças armadas sírias, não são, para os media ocidentais, actos terroristas. Dois pesos, duas medidas, hipocrisia, apologia do terror quando efectuado sobre “o outro”, eis portanto a política externa desta merdisse chamada mundo ocidental
Senão vejamos uns excertos retirados do panfleto-de-propaganda-jornalóide chamado Público a propósito do mais recente ATENTADO TERRORISTA na Síria:Ataque visou a célula de comando
  • Um ataque bem planeado
  • quatro mortes no ataque desta manhã
  • sucesso da operação extraordinário
  • uma série de ataques contra diferentes posições
  • a operação desta manhã “é a primeira de uma série de grandes operações”
Do princípio ao fim do comunicado propagandista, não há sequer uma referência ou alusão ao termo “terrorismo”. Propaganda barata, baratíssima. Que diferença, ainda há poucos meses, aquando dos protestos em Lisboa que acabaram com a vergonhosa pancadaria policial sobre os cidadãos em protesto, um marmanjo de um chefe de esquadra de Lisboa foi à TV justificar a intervenção com alucinados argumentos de “prevenção do terrorismo”…. Matar gente à bomba, em Damasco, por contrário, não é terrorismo, é “libertação”….
Puta que pariu este ocidente e a sua retórica barata, baratíssima…
LINK PARA O PANFLETO PROPAGANDISTA:
*GilsonSampaio

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