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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, julho 19, 2012


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Vazamento na Bacia de Campos em novembro do ano passado (Fonte: Reprodução/Divulgação)
VAZAMENTO DE PETRÓLEO

Chevron descumpriu manual de procedimentos, diz ANP

Agência concluiu que vazamento em novembro no ano passado poderia ter sido evitado se a Chevron tivesse operado segundo as normas brasileiras

De acordo com o relatório da ANP, o vazamento poderia ter sido evitado se a “Chevron tivesse conduzido suas operações em plena aderência à regulamentação, em conformidade com as boas práticas da indústria do petróleo e com seu próprio manual de procedimentos”.

Vazamento maior do que o previsto inicialmente

O derramamento de petróleo no mar também foi maior do que o previsto. A ANP calcula o vazamento em 3,7 mil barris. A Chevron, por sua vez, diz que o total do derramamento causado por um problema no equipamento de perfuração no Campo de Frade, na Bacia de Campos, somou 2,4 mil barris, e que sempre agiu de forma diligente e apropriada.
A Chevron solicitou à ANP no início desta semana autorização para voltar a operar no Brasil. A diretora-geral da agência, Magda Chambriard, disse que o retorno da companhia norte-americana deve acontecer “em breve”.
O relatório completo da investigação da ANP será divulgado nesta quinta-feira, 19, em uma coletiva de imprensa na sede da agência reguladora, no Rio de Janeiro.

*Nina

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