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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, novembro 22, 2012

PROCURADOR GERAL ESTÁ PERDIDO - ROBERTO GURGEL PENSA QUE ESTÁ ACIMA DA LEI

 

Na vida pública, ninguém é só pedra, e ninguém está acima do bem e do mal. O Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, está, portanto, tão obrigado a qualquer outra autoridade, de qualquer poder da República, a prestar esclarecimentos e dar satisfação, em última análise, aos cidadãos. 

Dá um péssimo exemplo o Procurador, quando não se submete a uma decisão de CPMI. Não há que se falar em retaliação, há que se falar em esclarecer fatos bastante nebulosos no que diz respeito a sua conduta, naquilo em que provavelmente será pedido que seja investigado. Ele que se explique, quando e onde isso lhe for pedido.

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Gurgel classifica de "retaliação" pedido de relator da CPI para investigá-lo.

Ivan Richard
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, considerou hoje (22) que o pedido de investigação contra ele feito pelo relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, deputado federal Odair Cunha (PT-MG), é uma forma de retaliação por sua atuação no julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão.

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