EUA - Soldados americanos morrem mais de suicídio do que na guerra.
Beatriz Díez (BBC Mundo)
Estatísticas mostram que o suicídio mata
hoje mais militares dos Estados Unidos do que as próprias operações de
combate em guerras. Acredita-se que, todos os dias, um militar americano
que regressou ao país após servir em uma zona de conflito tira sua
própria vida.
O número de suicidas após servir no
Afeganistão é particularmente ilustrativo. Ele já supera o número total
de militares dos EUA que morreram em combate no país centro-asiático.
O alto número de suicidas levanta
questões sobre o tratamento dado aos veteranos de guerra americanos. O
que estaria errado no cuidado prestado a eles?
Alguns motivos têm sido citados para
explicar as mortes, entre eles o fato de que os veteranos sofrem de
sequelas psiquiátricas e que o sistema para dar assistência a eles está
sobrecarregado, já que governo não dedicaria suficientes recursos para
ajudá-los.
Entretanto, desde o ano passado, o
governo americano tem ampliado o apoio aos veteranos, e novas terapias
têm sido usadas para tentar minimizar os efeitos do trauma.
ESTRESSE PÓS-TRAUMÁTICO
Os transtornos psiquiátricos são um dos
principais motivos que levam os militares que chegam de zonas de
conflito a buscar ajuda no Departamento de Assuntos para Veteranos,
mantida pelo governo dos Estados Unidos.
O diagnóstico mais frequente é o de
transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), mas muitos também sofrem
de depressão e relatam dependência de drogas.
Paula Schnurr, vice-diretora executiva
do Centro Nacional para TEPT nos Estados Unidos, disse à BBC Mundo que
“o TEPT é um problema muito significativo entre os veteranos e militares
da ativa, já que este é um dos transtornos mais afetam os indivíduos
que vivem uma experiência traumática durante o serviço militar, como por
exemplo a exposição a uma zona de guerra”.
Mas não é necessariamente correto
atribuir o grande número de suicídios de militares americanos ao
diagnóstico de estresse pós-traumático.
“A incidência de suicídio em pessoas com
TEPT juntamente com outros transtornos mentais é alta”, responde
Schnurr.”Porém, a grande maioria das pessoas que sofrem de TEPT não
tenta se suicidar. É um problema sério, mas tempos que salientar que a
maioria desses pacientes não têm tendência ao suicídio”.
INVESTIMENTO
“A incidência de suicídio em pessoas com
TEPT, juntamente com outros transtornos mentais, é alta. Porém, a
grande maioria das pessoas que sofrem de TEPT não tenta se suicidar. É
um problema sério, mas tempos que salientar que a maioria desses
pacientes não têm tendência ao suicídio.”
Paula Schnurr, vice-diretora executiva do Centro Nacional para TEPT nos Estados Unidos
Percebendo a gravidade da situação, o
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, resolveu investir mais
recursos materiais e humanos na atenção psicológica aos veteranos de
guerra e militares em serviço.
No dia 31 de agosto do ano passado,
Obama publicou um decreto de lei que transfere mais recursos e poder a
um conjunto de departamentos que oferece assistência a membros do
Exército ─ o Departamento para Assuntos dos Veteranos, a Secretaria de
Defesa e o Serviço de Saúde.
Além disso, no ano passado, foram investidos US$ 5 bilhões (cerca de R$ 10,6 bilhões) nos serviços de para apoio à saúde mental.
De acordo com o Departamento para
Assuntos dos Veteranos, foram criados 15 projetos piloto em sete
Estados, onde a entidade mantém agentes que ajudam os veteranos a ter
acesso a serviços de saúde mental.
Foram contratados 1,6 mil agentes de saúde mental e 248 novos especialistas na área.
Foi ainda criada uma campanha nacional
para prevenção do suicídio com a finalidade de aproximar os veteranos e
militares ativos dos serviços de saúde mental. (artigo enviado por Sergio Caldieri)
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