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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, junho 05, 2013

“Israel se sustenta sobre os crânios do povo palestino "


AFP/ AHMAD GHARABLI
Seis valas que datam de 1948, o ano da Catástrofe, quando se produziu a "Nakba", foram descobertas no cemitério de Jaffa, ao sul de Tel Aviv , em Israel. Elas contém os  restos de homens, mulheres e crianças palestinos.

De acordo com a Fundação Al-Aqsa para Dotações y Patrimônio islâmico, as sepulturas estão na parte subterrânea do cemitério histórico de Al-Kazakhana. Eles foram descobertos durante os trabalhos de manutenção no cemitério e encontrados ossos de pessoas enterradas de acordo com as  regras do Islã . O gestor do projecto de reabilitação do cemitério, Mohammed al-Ashqar, está seguro  que os restos mortais indicam que se trata de palestinos  de idade variada "assassinados por grupos  sionistas ", em Jaffa. Podem ter morrido durante os ataques e bombardeios de  áreas residenciais ou até mesmo por franco atiradores  localizados ao redor da cidade.




O chefe do Movimento Islâmico em Jaffa, o sheik Mohammed Najem, supõe  que os restos mortais pertencem aos rebeldes, mártires e civis.

 "A presença destes  túmulos  pode4 ser do conhecimento de  alguns dos idosos residentes em Jaffa, mas a história real permanece um mistério ", diz o representante da Fundação Al-Aqsa, Abdul Majid Eghbariyeh, em entrevista ao jornal " As-Safir" .

Por agora foram abertas somente as valas que continham os restos mortais de cerca de 200 pessoas. Estima-se que o total exceda a 600.
"A fundação continuará a realizar as investigações científicas sobre os  restos  (...) e enviará mensagens para os meios de comunicação ao redor do mundo mostrando que  Israel  se sustenta  sobre os crânios do povo palestino ", disse Abed al-Majid Ighbariya , o chefe da Arquivos da Fundação Al-Aqsa.

Os dados mostram que algumas das tumbas também se remontam ao levante palestino de 1936 contra o governo do Mandato Britânico.

O acontecimento histórico definido com a palavra “nakba”,  que significa em árabe 'catástrofe'  ou 'desastre', se refere  ao êxodo em massa dos palestinos dos territórios, que em 1948 passaram a formar parte do Estado de Israel. Naquela época, mais de 760 mil palestinos fugiram ou foram forçados a abandonar as suas aldeias, por isso esta data  é lembrada anualmente  por todo o povo palestino.    

Postado do: 
http://actualidad.rt.com/actualidad/view/96140-fosas-comunes-israel-palestina-nakba
Traduzido pelo blog somostodospalestinos.blogspot.com

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