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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 09, 2013

Julian Assange, em entrevista, acusa EUA de fazerem “espionagem em massa”


Por Redação, com Opera Mundi - de Washington
Reprodução
Inglaterra desrespeita o Direito Internaconal no caso Julian Assange.
O fundador doWikiLeaks, Julian Assange, criticou na noite passada, em entrevista à rede de televisão norte-americana CBS News os casos de “espionagem em massa” dos Estados Unidos revelados pela imprensa local. Assange, asilado atualmente na embaixada equatoriana em Londres para evitar sua extradição à Suécia por uma acusação de estupro, disse que “as pessoas têm o direito de entender o que o governo faz em seu nome”.
O fundador da organização responsável pelo maior vazamento de documentos sigilosos da história dos EUA opinou que não é necessário conhecer “todos os aspectos, cada detalhe” dos programas de espionagem, mas sim “suficientes parâmetros para saber o que está acontecendo”. Os jornais The Washington Post e The Guardian revelaram que a Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) e o FBI recebiam dados diretamente dos servidores deMicrosoft, Yahoo!, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube e Applepara controlar comunicações no exterior de suspeitos de terrorismo.
Além disso, o Guardian revelou que as duas agências têm também acesso a dados de ligações dentro dos EUA da operadora de telefonia Verizon, o que também ocorre com outras duas companhias de telecomunicações, AT&T eSpring, de acordo com o diário conservador norte-americano Wall Street Journal.
– De nenhuma maneira a opinião pública norte-americana ou internacional estava a par, em detalhes, destes programas maciços de espionagem – afirmou Assange à CBS News.
O fundador do Wikileaks disse que possivelmente a fonte que vazou a informação ao Guardian e ao Washington Post sobre os programas de espionagem de registros telefônicos e de comunicações na internet terá o mesmo destino do soldado Bradley Manning, que está sendo julgado por revelar centenas de milhares de documentos sigilosos ao portal de Assange. Manning pode ser condenado à prisão perpétua se for considerado culpado de “ajuda ao inimigo”.
Assange disse na entrevista que sente “preocupação” pela possibilidade de que Manning seja condenado “a uma morte em vida” e disse ser “completamente falso” que os vazamentos do soldado ao Wikileaks tenham colocado em risco a vida de norte-americanos.
– Nem mesmo o Pentágono disse que uma só pessoa tenha sido atacada fisicamente como resultado das publicações – afirmou.

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