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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 16, 2013

UNE contra o fascismo da PM:Entidades estudantis divulgam nota de repúdio condenando despreparo da PM

Entidades estudantis divulgam nota de repúdio condenando despreparo da PM
A União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas divulgaram nota de repúdio condenando a ação da Polícia Militar de São Paulo em repressão aos protestos desta quinta-feira (13/06). Leia a íntegra:

A União Nacional dos Estudantes e a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas condenam a agressão policial injustificável contra jovens ocorrida na noite desta quinta-feira, 13 de junho, em mais um protesto pelas ruas da capital paulista contra o aumento das passagens do transporte público.
A passeata, que teve início no Theatro Municipal e seguia de forma totalmente pacífica, com os manifestantes distribuindo flores, foi interrompida de maneira desproporcional pela Polícia Militar na rua da Consolação, na altura da Praça Rooselvelt, onde o protesto iria se encerrar. Truculenta, violenta e despreparada, a polícia formou um cerco e impediu a ocupação da Praça, dando início a agressões com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os jovens que estavam na passeata, atingindo também a população que passava pelo local.
A UNE e a UBES participaram da marcha e denunciam a ação criminosa da PM do Estado de São Paulo, que colocou em risco a integridade física não apenas dos integrantes da passeata, mas também do povo paulista.
Não é de hoje que a polícia do governador Geraldo Alckmin trata com violência e criminaliza os movimentos sociais. Atos isolados dentro de uma passeata de mais de 5 mil pessoas não são justificativas para o clima de terror que a PM tem imposto aos legítimos protestos contra o aumento da passagem na capital paulista.
Foi nas ruas que já conquistamos vitórias em Porto Alegre, Goiânia e Manaus, com revogações dos aumentos das passagens nessas capitais. Já no Rio de Janeiro, milhares tomaram as ruas e foram duramente reprimidos.
Essas movimentações em todo o Brasil são reflexos de uma precariedade e altos preços, problemas que precisam ser tratados de forma democrática, com diálogo e não com repressão. Seguiremos na luta pela paz, contra o aumento da tarifa, pela qualidade no transporte público e um Estado de São Paulo verdadeiramente democrático.
13 de junho de 2013.
União Nacional dos Estudantes – UNE
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES
União Estadual dos Estudantes de São Paulo – UEE-SP
União Paulista dos Estudantes Secundaristas – UPES

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