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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 16, 2013

Vaiando a Vaia

 

René Amaral 
Vaiaram a Dilma na abertura de um grande evento de projeção mundial.
A gente sabe bem quem vaiou, não foi o povo, foram seus patrões mal educados. 
Foi gente que não devolve a carteira achada com valores na rua, gente que sonega impostos e responsabilidades, gente que explora os trabalhadores e quer mais que eles se explodam. 
Foi gente que acha que, por que paga um pouquinho mais impostos, vale mais que os outros. 
Foi gente que tinha 300 merrecas sobrando, depois de ter cortado os supérfluos, como papel higiênico e as aulas de etiqueta. 
Vaiaram a Dilma como jamais vaiaram o FHxado em abertura de eventos de projeção mundial, até por que ele jamais participou de tais eventos, pelo menos não no Brasil. 
Na sua época o Brasil era coadjuvante de terceira, nem campeonato de botão ou porrinha acontecia por aqui, só leilões de riquezas a preço de banana. 
Ao final de seu mandato ele evitava aparecer demais, pra não prejudicar ainda mais o seu pretenso sucessor. 
Aliás, ele vem sendo escondido por 10 anos nas campanhas tukanas, sempre por medo de prejudicar as chances pífias de seus correligionários. 
Só foi resgatado agora por Aébrio, por suspeita de que a memória do povo, sempre tida como curta, já não guarde resquícios do ódio que o canalha inspirava 11 anos atrás. 
As suposições sempre costumam nos surpreender. 
Vaiaram a Dilma e tem muita gente dizendo que foi a elite de Brasília! 
Ledo engano, a elite não vai a estádios de futebol. 
Estão em Paris, dando uma esticada depois de Roland Garros, aproveitando a chegada da primavera, ou as ultimas neves nos Alpes. 
A elite não vaia ninguém, afinal, seu status quo é imutável, independe de governantes e flutuações de moedas,ou da bolsa. 
Quem vaiou a Dilma foram seus capachos, ou gente que subiu alguns degraus na escada social nos últimos anos e não quer que ninguém mais suba. 
São aqueles que, por limpar as privadas dos ricos de verdade, acham que estão mais perto desses que da realidade da vala da miséria; que vai cair sobre nós se o que eles querem que aconteça, acontecer de verdade. 
Quem vaiou a Dilma foram os mal educados, que dizem que nosso povo não tem educação. 
Medem os outros com sua régua particular, que nem a balança adulterada do quitandeiro safado, que um dia foram. 
Vaiaram a Dilma, mas a mensagem enviada aos 4 cantos do mundo é a da falta de educação e fair play, que esses que se acham elite, atribuem ao povo, que eles não representam. 
Postado há 4 hours ago por René Amaral

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