AÉCIO FALA MAL DO BRASIL EM NY. COMO FHC E coloca o Banco do Brasil e a Caixa na pedra
O Conversa Afiada reproduz texto da Rede Brasil Atual:
MARCOS OLIVEIRA/AGÊNCIA SENADO
O banqueiro dono do BTG Pacual, André Esteves, não esconde de
interlocutores próximos o sonho de arrematar o controle acionário de
algum dos grande bancos estatais brasileiros – Caixa Econômica Federal
ou Banco do Brasil – caso um governo privatista resolva vendê-los. Não
por acaso, junto com seu sócio tucano Pérsio Arida, um dos ícones das
polêmicas privatizações no governo FHC, promoveu uma conferência em Nova
York sobre investimentos cujo palestrante principal foi Aécio Neves, o
pré-candidato tucano que tem defendido toda e qualquer privatização
realizada de 1995 a 2002, mesmo a polêmica venda da Vale a preço pífio,
subavaliada, e o sistema Telebrás, arrecadando menos do que o valor
investido nas teles ainda estatais, para saneá-las.
Aécio, em sua palestra, não chegou a prometer diretamente privatizar a
Caixa e o Banco do Brasil, mas não faltaram indiretas quando criticou os
governos Lula e Dilma por terem descontinuado pilares da política
econômica de FHC e por fazerem o que ele chamou de “intervenção
estatal”. Para bom entendedor, meia palavra basta. Afinal, como os dois
governos petistas preservaram a estabilidade da moeda no controle da
inflação, sobra a interrupção da privatização do controle acionário de
empresas estatais estratégicas.
No setor financeiro, os bancos estatais voltaram a crescer e ganhar
fatias de mercado nos governos do PT. Aliás, durante o governo FHC, o
“Memorando de Política Econômica”, de 08/03/1999, do Ministério da
Fazenda ao Fundo Monetário Internacional (FMI), dizia explicitamente que
o plano era deixar o mercado bancário nas mãos dos bancos privados,
seja privatizando parcialmente os bancos públicos, seja tornando-os
bancos de segunda linha. Felizmente o governo tucano não conseguiu
concluir seu plano, pois os bancos públicos foram fundamentais para
salvar o Brasil dos efeitos da crise internacional, quando sumiram as
linhas de créditos nos bancos privados em 2008. Além disso, sem bancos
públicos disputando o mercado também não seria possível baixar
significativamente os juros ao consumidor e às empresas, como ocorreu em
2012.
O presidenciável tucano repetiu também um velho costume tucano: falar
mal do Brasil no exterior. FHC era useiro e vezeiro nisso. Parece que
achava chique.
Aécio, no linguajar tucanês que muitas vezes não tem compromisso com a
realidade, disse que “o Brasil se tornou pouco confiável”. Ora, basta
olhar o risco-Brasil na era tucana e agora para confirmar que uma
declaração destas seria adequada apenas como piada.
O tucano criticou um dos maiores sucessos brasileiros na última década: o
crescimento do consumo pela inserção de milhões de brasileiros que
saíram da pobreza para ingressar na nova classe média. Criticou também a
expansão do crédito, com mais gente tendo acesso a financiamentos, como
pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Criticou o que ele chama de
“intervencionismo” no setor energético, a renovação negociada da
concessão de hidrelétricas tendo como contrapartida a redução na conta
de luz, que beneficia não apenas o cidadão em sua residência, mas também
a indústria que tem a eletricidade como insumo nos custos de produção.
O discurso soou como música para especuladores que gostam de ver aquilo
que desejam comprar depreciado, para comprar barato. O preocupante é
quando trata-se do patrimônio do povo brasileiro e esse discurso vem de
um candidato a pr esidente da República. Certamente capta investidores
interessados em financiar candidatos para depois recuperar o
investimento feito na campanha eleitoral através de negócios
privilegiados com o Estado. Os antecedentes dos cartéis que pagavam
propinas a autoridades dos governos tucanos paulistas por contratos no
Metrô, inclusive para financiar campanhas do PSDB, delatados pela
multinacional Siemens, recomendam cuidado redobrado com esse discurso de
Aécio Neves.
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* Blog Justiceira de Esquerda
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