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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 16, 2013

Mensagem da Dep. Luiza Erundina ao Dia dos Professores


                                   Luiza Erundina com o Professor e Educador Paulo Freire
 
Como representante dos paulistas na Câmara dos Deputados e na condição de ex-prefeita dos paulistanos, saúdo todas e todos os educadores brasileiros neste 15 de outubro, “Dia do Professor”.

Desejo expressar minha profunda gratidão pela imprescindível contribuição dos trabalhadores da educação na formação das novas gerações e, consequentemente, na construção da nação brasileira.

Reconheço e lamento o quanto os governos das três esferas de poder do Estado (municípios, estados e união) são devedores dessa categoria de profissionais; pelo descaso como tratam a educação em nosso país, seja quanto à definição da política pública de educação, seja pela insuficiência de recursos destinados a essa política.


Além das injustas condições salariais das nossas e nossos educadores, convém destacar ainda a extrema precariedade da rede pública de ensino, tanto em relação às instalações físicas dos prédios escolares, quanto aos equipamentos e instrumentos pedagógicos.

Professoras e professores são obrigados a dar aulas em salas superlotadas, com mais de quarenta alunos, sem contar os que têm deficiência e devem ser incluídos.

Por tudo isso, devemos celebrar esta importante data manifestando nossa gratidão aos educadores e reiterando nosso compromisso de luta em favor de uma educação pública de qualidade, o que supõe a valorização dos professores e professoras e tratá-los com respeito e dignidade.

Luiza Erundina de Sousa

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