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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 29, 2013

Como FHC vendeu a Segurança Nacional


Só um bobo dá a telefonia a estrangeiros. Ele deu.
Amigo navegante carnavalesco enviou o seguinte e-mail:


PH,

Muito, mas muito boa mesmo a matéria sobre o livro branco da defesa.

Cedo ou tarde a questão do poder militar brasileiro como política econômica e garantia defensiva das próprias políticas sociais (que vão depender muito do pré-sal, do xisto do Amapá e por aí vai) tem que ser recuperada pelos progressistas.

A matéria foi estigmatizada pela associação de capacidade atômica e nuclear ao imperialismo americano (década de 50, campanha pelo desarmamento mundial etc).

O FHC assinou o Tratado de Não—Proliferação Atômica.

Para mim, traição nacional, traição mesmo, convicta, essa foi, seguramente.

O resto foi entreguismo barato.

Quero ver como os socialistas históricos do PSB vão se ver com o Atlântico às escuras da Marina que o Miguel do Rosário sublinhou.

A leitura do CAf pela manhã foi um banho de leite de cabra enquanto aguardo realizar uns exames médicos. Sem preocupação, sairei no carnaval fantasiado de Pré-Sal.

Grande abraço
Navalha
O Príncipe da Privataria cometeu alguns atos de traição.
Pode-se dizer que ele vendeu, deliberadamente, a Segurança Nacional.
Em junho de 1993, ele vendeu à estrangeira Bunge a Ultrafértil, que produzia 42% dos fertilizantes do país.
Junto foi a Petrofértil, que produzia – e só ela – o combustível pesado para acionar os foguetes que saem de Alcântara.
Foguetes demandam combustíveis líquidos e sólidos.
Os sólidos são os mais complicados, porque, altamente poluentes, exigem um transporte complexo.
A Petrofértil foi fechada e o Brasil perdeu o fornecedor doméstico – e estatal – de combustível para foguetes.
(Depois a Petrobras recomprou a Ultrafértil.)
Outra traição à Segurança Nacional se deu em 1º de julho de 1998, no fim do primeiro mandato – para que não houvesse o risco de não conseguir fazê-lo mais tarde.
Foi quando ele assinou o Tratado de Não-Proliferação das Armas Nucleares.
E jogou no lixo décadas de luta da diplomacia brasileira, de JK aos militares, que resistiu à furiosa pressão dos americanos, que, claro, querem o monopólio da energia nuclear.
Assinar o TNP foi a traição MAIOR, na opinião do amigo navegante.
Tem mais traição.
No dia 29 de julho, ele vendeu a Embratel à americana MCI.
Depois comprada pelo mexicano Slim.
Com a Embratel ele vendeu um satélite de comunicações com banda militar e a base terrestre para operá-la.
O Brasil tem que alugá-los ao Slim.
Enquanto não chega, ano que vem, o mega-satélite geoestacionário que a Dilma mandou comprar.
Como diria o então tucano Bresser Pereira, “só um bobo dá a telefonia para estrangeiros”.
O FHC deu.
Mas, de bobo não tem nada.
A outra traição à Segurança Nacional foi deixar de herança ao Lula uma licitação quase pronta de compra de caças.
A pedido dos americanos, ele tirou da licitação os Sukhoi-35 russos.
E deixou os americanos, os suecos – um clone dos americanos e da preferência da Tacanhêde -, e os franceses.
Agora, provavelmente, a Dilma vai ter que incluir os Sukhoi-35 de volta à competição.
O Príncipe da Privataria entregou a mercadoria.
Como lhe encomendaram.
Ele se elegeu para vender e entregar o Brasil aos americanos.
E foi o que ele fez.
Tirou o sapato !
Porque sempre acreditou em tirar o sapato.
Sua famosa “teoria da dependência” não passa disso: o Brasil não tem futuro, mesmo, então, é melhor ser dependente dos americanos.
Qual a surpresa, amigo navegante ?
*PHA

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