Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 30, 2013

Novo e-mail nacional antiespionagem será todo baseado em software livre


Software Livre BrasilO Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro)  será a empresa pública responsável pela criação do Expresso V3 – o e-mail de tecnologia nacional que tem por objetivo garantir mais segurança para o governo brasileiro.
Na virada do mês, o Expresso V3 já será instalado em alguns ministérios, e até o fim de 2014 será expandido a todo o governo federal. Depois, em parceira com os Correios, pode atingir a casa de todos os brasileiros.
Segundo Marcos Mazoni, presidente do Serpro, o novo sistema é seguro por sua rede estar no Brasil  - o que cria uma situação de robustez muito maior – e por ser todo baseado em software livre, o que lhe torna completamente auditável. Segundo Mazoni, o sistema americano tem o backdoor (um mecanismo que faz com que um software americano, mesmo comprado no Brasil, continue enviando informações para seu fabricante). Este backdoor, explica Mazoni, existe porque porque a legislação dos EUA manda. O Estado americano diz a todas as empresas que ele se reserva a esse direito. “É uma questão muito mais jurídica do que técnica”, afirma.
Cada vez que o Windows se conecta à internet ele envia 500k de informações: “Que 500k são esses? Quero saber”, afirma o presidente do Serpro. Para ele, isso leva também a um debate internacional: os softwares precisam obedecer à legislação de onde eles estão sendo comercializados, não só dos países de origem.
O Expresso V3, a pedido da presidência da república, deve reforçar toda a parte de criptografia na troca de mensagens. A previsão inicial de entrega era até 2014, mas devido aos escândalos de espionagem estadunidense, a presidenta quer utilizar o sistema já no próximo mês.
Glauber Ataide, diretor do SINDADOS-MG (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática e Processamento de Dados)
*Averdade

Nenhum comentário:

Postar um comentário