CHEbola

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.

É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.

É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.

Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.

Fernando Evangelista

sábado, junho 14, 2014

Em resposta às ofensas, Lula presenteia Dilma com símbolo de paz

Foto: Heinrich Aikawa / Instituto Lula

Em resposta à ofensa, quero te entregar esta rosa branca, simbolizando a paz”, diz Lula a Dilma, em Pernambuco

Foto: Heinrich Aikawa / Instituto Lula
Foto: Heinrich Aikawa / Instituto Lula
Foto: Heinrich Aikawa / Instituto Lula

Ao som do repente e com bandeirolas enfeitando o teto do salão, Lula e Dilma participaram esta noite (13) de um grande ato político com a militância pernambucana. Ao lado do pré-candidato ao governo de Pernambuco, senador Armando Monteiro, e do pré-candidato ao senado, deputado João Paulo Lima, Lula entregou a Dilma uma rosa branca no final do seu discurso. “Em resposta à ofensa, quero te entregar esta rosa branca simbolizando a paz (…) O que você sofreu ontem não foi uma agressão à presidenta, foi uma agressão ao povo brasileiro”.

Lula começou sua fala lembrando que esta é a primeira vez após vencer o câncer que ele vem a Pernambuco e disse querer ter uma conversa franca com o povo pernambucano. “Tem pessoas que não se conformam que o Brasil esteja dando certo”, afirmou Lula. “Tem pessoas que nasceram com complexo de vira-lata, que nunca acreditaram que este país poderia ter soberania, que pudesse ser respeitado”.

Baixe em alta resolução as fotos no Picasa do Instituto Lula.

Ele lembrou dos desafios de seu governo e do da presidenta Dilma e dos grandes resultados alcançados. Lula falou do imenso crescimento do número de doutores formados no Nordeste nos últimos 12 anos, assim como do número de estudantes universitários.

“Superação. Essa é a palavra que define o Nordeste”, afirmou Dilma. “Superar o atraso, superar a seca, superar as dificuldades”. A presidenta lembrou que, apesar de o Nordeste ter passado pela pior seca dos últimos 50 anos, ações de governo conseguiram minimizar as consequências: “Nós trabalhamos muito aqui em Pernambuco para realizar um dos mais antigos sonhos do estado: a segurança hídrica”.

Dilma lembrou ações feitas na região nordeste nos últimos 12 anos. Ela falou da diminuição das desigualdades, com o aumento da qualidade de vida de toda a sociedade, mas sobretudo dos mais pobres. “Também trabalhamos para o aumento do peso da região na economia nacional”, ressaltou. Dilma não deixou dúvida sobre o compromisso do seu governo: “Fui eleita para honrar as mulheres e o povo brasileiro”

Também estiveram presentes o senador Humberto Costa, a presidenta do PT de Pernambuco, Tereza Leitão, além de presidentes e representantes de partidos aliados.