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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 21, 2014

O FATO








por Rodrigo Lopes, especial para o Viomundo

Sem nunca ter tido formação policial, o senador e candidato à Presidência da República, Aécio Neves (PSDB), já teve e utilizou carteira da polícia mineira para dar a famosa “carteirada”.

Aécio aproveitou da influencia do clã familiar para obter a carteira de polícia de número 8.248, emitida em 19 de abril de 1983 pela Secretaria de Segurança Pública de Minas Gerais (SSP-MG), que assegurava ao seu portador poderes de polícia.

A carteira foi obtida por Aécio quando ele tinha 23 anos, na mesma época em que seu avô, Tancredo Neves, governava o Estado de Minas Gerais.

Cópia do documento publicada neste blog encontra-se arquivada na sede do Conselho Regional de Economia de Minas Gerais (Corecon).

Para requerer o seu registro profissional de economista junto ao Corecon, Aécio optou por utilizar a carteira policial em vez da carteira de identidade oficial.

Aécio exerceu o cargo de secretário de gabinete parlamentar da Câmara dos Deputados dos 17 aos 21 anos, entre 1977 e 1981.

No mesmo ano em que “deixou” a Câmara, começou a trabalhar na campanha para o governo de Minas Gerais com o avô. Em 1983, foi nomeado secretário particular de Tancredo Neves.

PS do Viomundo: Aécio admitiu que morava no Rio quando exerceu o cargo de assessor parlamentar em Brasília. Além de neto de Tancredo, ele é filho do falecido deputado federal Aécio Ferreira da Cunha, que serviu à Arena, o partido de sustentação da ditadura militar. Aos 25 anos de idade, depois da morte de Tancredo, Aécio foi indicado diretor da Caixa Econômica Federal pelo então ministro da Fazenda, Francisco Dornelles, primo dele. Era o governo Sarney, do qual Aécio também obteve concessão pública de uma emissora de rádio em Minas Gerais.

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