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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

PT paulistano NÃO vende a mãe para Kassab

Resolução da Executiva Municipal do PT-SP:

A Executiva Municipal do Partido dos Trabalhadores, reunida hoje, terça feira dia 8 de fevereiro de 2011, diante das notas divulgadas pela imprensa, sobre supostas tratativas em relação às eleições de 2012 e 2014, com o prefeito Kassab, vem a público esclarecer o seu posicionamento frente ao governo municipal e ao processo de disputa eleitoral de 2012.

A Executiva deixa claro para a nossa militância, para a sociedade e para os partidos que tem constituído um campo democrático na cidade que:

1- Reafirma a nossa oposição ao governo Kassab na cidade de São Paulo. O Partido dos Trabalhadores na cidade continuará lutando contra o sucateamento dos transportes públicos, a ausência de políticas para minimizar os efeitos das enchentes, a odiosa política higienista que expulsa a população pobre do centro da cidade, o autoritarismo que tomou conta das subprefeituras, a falta de planejamento da gestão pública que se reflete na falta de vagas nas creches, e na terceirização sem controle da saúde, entre outras políticas prejudiciais aos paulistanos. Neste sentido, esclarece que não existe nenhuma “negociação” com o atual prefeito, pois temos claro que existem concepções e projetos totalmente distintos para a cidade.

2- Aproveitamos este momento para convidar todas as forças organizadas da cidade, movimentos sociais, movimentos por direitos, sindicatos e partidos para intensificarem a oposição às políticas antipopulares do governo Kassab.

3- O Partido dos Trabalhadores, que já foi por duas vezes governo em São Paulo, tem sido porta voz de diversas reivindicações e posições de importante setores sociais, tem lutado para que todos tenham um direito a uma cidade justa, equilibrada e sustentável, o que não tem sido garantido nos últimos anos, manterá sua coerência e defesa de sua base social. Diante disso, procurará construir um projeto político para a cidade e uma candidatura petista a ser apresentada e discutida com todos os aliados, para a disputa da prefeitura em 2012.

4- A Executiva municipal continuará zelando para que o debate democrático seja feito de maneira ampla em todas as instancias partidárias, envolvendo as direções zonais, os setoriais, dialogando sempre com as Direções Estadual e Nacional, e como é do Estatuto partidário, concluindo esse processo no Encontro Municipal que se realizará em 2012, instancia soberana e legitima para decidir sobre o programa, as alianças e a candidatura que lançaremos.

São Paulo, 8 de fevereiro de 2011

Executiva Municipal do DM PT-SP

*esquerdopata

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