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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Quadro de Romero Britto será guardado “em um lugar especial”

Em encontro no Palácio do Planalto, presidenta Dilma ganha quadro de Romero Britto. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A presidenta Dilma Rousseff reservou um espaço em sua agenda na tarde desta segunda-feira (14/2) para valorizar a arte brasileira, ao receber, no Palácio do Planalto, o artista plástico Romero Britto. Na oportunidade, o artista pernambucano de renome internacional a presenteou com um retrato de sua autoria, intitulado ‘Presidenta Dilma’, que será guardado – segundo ela – “em um lugar muito especial”.
A obra em acrílico sobre tela, de 1 metro por 1,5 metro, ilustra a grande admiração que a presidenta possui pela arte, afirmou Romero Britto em entrevista coletiva após o encontro. Segundo ele, o quadro é uma homenagem não só à presidenta Dilma, mas a todo o país e às mulheres latino-americanas.
“A presidenta me recebendo aqui é uma grande mensagem do interesse dela pelas artes”, afirmou.
O artista explicou que a admiração mútua surgiu antes mesmo de a presidenta assumir o cargo. O encontro entre eles aconteceu no Rio de Janeiro, em março de 2010, durante inauguração do Hospital da Mulher, quando ele decidiu pintar a presidenta. Já em janeiro deste ano, Britto publicou a pintura como um anúncio de página inteira em uma edição da revista semanal do jornal norte-americano “The New York Times”.
Emocionado por ter sido recebido pela presidenta, Britto anunciou que fará um outro quadro sobre o encontro no Planalto. Seu grande objetivo – frisou – é doar sua arte e oferecer seu trabalho ao Brasil.
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, acompanhou o encontro entre o artista e a presidenta e resumiu: “Ela ficou apaixonada pelo trabalho dele, que é colorido, alegre, a cara do Brasil”.
*planalto

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