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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, maio 22, 2012

Jornalismo chapa verde-oliva (eu rasgava meu diploma) 

 

Evaristo Almeida
A coluna do jornalista Vinicius Mota de hoje na Folha de São Paulo fala sobre a queda da participação do produto interno bruto – PIB dos países ricos no PIB mundial. Sinto informar à redação da Folha, mas o jornalista é inepto para tratar dessa questão. Ao escrever que a participação do Brasil em 1980, de 3,9% do PIB mundial em relação ao de 2012, de 2,9%, na acepção do colunista estamos piores. Pintou até um certo saudosismo do Vinicius Mota do general Figueiredo, ditador de plantão, naqueles anos tristes. Talvez por que a empresa em que trabalha, Folha de São Paulo (se lembra das peruas para a prisão, tortura e morte de brasileiros?) ter apoiado o golpe de estado de 1964. O infeliz jornalista poderia ter analisado o Brasil pelo PIB per capita, diminuição da pobreza, visto que em 1980, havia muito mais pobres no país, melhora do salário mínimo, os militares arrocharam os salários ou qualquer outro indicador. Mas para seguir a orientação da redação da Folha ele preferiu pegar um indicador que aparentemente é ruim para o Brasil. Ledo engano, pois todos os países diminuíram a sua participação no PIB mundial, inclusive os Estados Unidos e isso é bom para o mundo, pois indica que a riqueza está se desconcentrando. E não se faz comparação de PIB vis-a-vis como fez o jornalista da Folha. Pois estamos falando de um PIB imensamente maior. Pelo raciocínio do Vinicius Mota ele prefere ter 3,9% de 100, do que 2,9% de 1000. É isso mesmo, o bolo é melhor e a condição de vida do povo brasileiro também. Não dá para levar o jornalismo brasileiro a sério, pois eles fazem toda série de exercícios para pintar um Brasil pior. São os representantes da subelite brasileira (não tem projeto de nação e são vassalos dos países desenvolvidos) que agem como uma força de ocupação com o objetivo de manter o país subdesenvolvido e o povo pobre. A Folha sempre quer criar um clima de pessimismo no país. Pelo visto o principal quesito para ser jornalista da Folha de São Paulo é odiar o governo federal, o PT e o Brasil. Se o candidato babar então, está contratado! 
*GilsonSampaio

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