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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, junho 02, 2013

O prefeito paulistano, Fernando Haddad (PT), afirmou na manhã de ontem (31), durante abertura da Conferência Municipal da Cidade, que São Paulo irá tirar do papel a lei que impõe a cobrança de IPTUs mais altos para imóveis sem função social


O prefeito paulistano, Fernando Haddad (PT), afirmou na manhã de ontem (31), durante abertura da Conferência Municipal da Cidade, que São Paulo irá tirar do papel a lei que impõe a cobrança de IPTUs mais altos para imóveis sem função social. "Em 2014, nós vamos começar a tributar aqueles proprietários que não ocupam seus imóveis. Sobretudo aqueles no centro de São Paulo", afirmou.

O IPTU progressivo é um dos mecanismos previstos no Estatuto das Cidades, uma lei federal em vigor desde 2001, e prevê a cobrança de valores cada vez mais altos do imposto municipal para imóveis que não cumprem função social. Em 2010, uma lei municipal sobre o mecanismo foi aprovada, mas até hoje nunca foi usado em São Paulo. Haddad regulamentou a lei e aguarda o cumprimento dos prazos regulamentares para aplicá-la.

“A pessoa é dona, nós vamos respeitar a propriedade. A função social não está sendo cumprida? Aí é dever do poder público tributar”, afirmou. “Não tem cabimento, uma pessoa no centro da cidade deixar um imóvel (sem ser utilizado)”, considera. A desapropriação de parte dos milhares de imóveis vazios na cidade é um dos mecanismos que devem ser usados pelo prefeito para cumprir uma das metas de sua gestão, a construção de 55 mil unidades para moradia popular. Desde o início da gestão, 12 imóveis já tiveram interesse social decretado.

Haddad voltou a defender a viabilidade da promessa e afirmou que a prefeitura irá planejar 110 mil casas para poder concluir a meta estipulada em sua gestão. “Se você se planejar para 55 mil, pode ter certeza que vai entregar 20. É assim que funciona o sistema público. Tem ação judicial, tem Tribunal de Contas, tem o Ministério Público, tem tudo concorrendo contra”, afirmou.

Para ele, a cidade deixou de aproveitar recursos disponíveis no âmbito do 'Minha Casa, Minha Vida' por falta de parcerias entre governo federal e municipal nas gestões anteriores, ele estima que 50 mil casas já pudessem ter sido construídas na capital paulilsta com recursos do programa.
HADDAD SE COMPROMETE A APLICAR IPTU PROGRESSIVO EM SÃO PAULO  

Mecanismo criado pelo estatuto da cidade nunca foi aplicado. Prefeito abriu conferência que debate propostas de sistema nacional de política urbana

Por Gisele Brito - Rede Brasil Atual

 O prefeito paulistano, Fernando Haddad (PT), afirmou na manhã de ontem (31), durante abertura da Conferência Municipal da Cidade, que São Paulo irá tirar do papel a lei que impõe a cobrança de IPTUs mais altos para imóveis sem função social. "Em 2014, nós vamos começar a tributar aqueles proprietários que não ocupam seus imóveis. Sobretudo aqueles no centro de São Paulo", afirmou.

O IPTU progressivo  é um dos mecanismos previstos no Estatuto das Cidades, uma lei federal em vigor desde 2001, e prevê a cobrança de valores cada vez mais altos do imposto municipal para imóveis que não cumprem função social. Em 2010, uma lei municipal sobre o mecanismo foi aprovada, mas até hoje nunca foi usado em São Paulo. Haddad regulamentou a lei e aguarda o cumprimento dos prazos regulamentares para aplicá-la.

“A pessoa é dona,  nós vamos respeitar a propriedade. A função social não está sendo cumprida? Aí é dever do poder público tributar”, afirmou. “Não tem cabimento, uma pessoa no centro da cidade deixar um imóvel (sem ser utilizado)”, considera. A desapropriação de parte dos milhares de imóveis vazios na cidade é um dos mecanismos que devem ser usados pelo prefeito para cumprir uma das metas de sua gestão, a construção de 55 mil unidades para moradia popular. Desde o início da gestão, 12 imóveis já tiveram interesse social decretado.

Haddad voltou a defender a viabilidade da promessa e afirmou que a prefeitura irá planejar 110 mil casas para poder concluir a meta estipulada em sua gestão. “Se você se planejar para 55 mil, pode ter certeza que vai entregar 20. É assim que funciona o sistema público. Tem ação judicial, tem Tribunal de Contas, tem o Ministério Público, tem tudo concorrendo contra”, afirmou.

Para ele, a cidade deixou de aproveitar recursos disponíveis no âmbito do 'Minha Casa, Minha Vida' por falta de parcerias entre governo federal e municipal nas gestões anteriores, ele estima que 50 mil casas já pudessem ter sido construídas na capital paulilsta com recursos do programa.

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