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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, janeiro 14, 2016

Manifestantes pressionam Obama a cumprir promessa de fechar prisão de Guantánamo

Complexo completou 14 anos de funcionamento; ONU pede que EUA demonstrem 'comprometimento' fechando prisão e investigando maus tratos contra detentos
Cerca de 40 pessoas se reuniram em frente à Casa Branca, nesta segunda-feira (11/01), para pedir o fechamento da prisão da Baía de Guantánamo e contestar as afirmações do presidente dos EUA, Barack Obama, de que a medida estaria além de seu controle.

Vestidos com macacões laranjas, típicos do centro de detenção, e encapuzados, os manifestantes marcaram os 14 anos desde a abertura de Guantánamo. “É hora de ser honesto. Você não pode culpar o Congresso. Presidente Obama, cumpra sua promessa”, cantou Luke Nephew, dos Poetas da Paz de Nova York.
Os manifestantes exibiam faixas com os nomes e rostos dos mais de 90 detentos, além de frases como “Feche Guantánamo agora” e “Inocente até provado muçulmano”.

Agência Efe

Protesto pelo fechamento de Guantánamo acontece anualmente em Washington

Membros da organização Anistia Internacional também compareceram à manifestação. “O presidente Obama tratou da questão em sua campanha e disse que acreditava que não só a Guerra do Iraque, mas também Guantánamo, eram coisas sobre as quais ele tinha responsabilidades”, lembrou ao The Guardian Naureen Shah, diretora de segurança e do programa de direitos humanos da organização.
O fechamento de Guantánamo foi uma das suas principais bandeiras eleitorais do presidente norte-americano, mas sem o apoio do Congresso de maioria republicana Obama não conseguiu sequer autorizar a transferência de detentos para prisões dentro do território nacional dos EUA, recorrendo a outros países. 

Neste ano, quatro detentos foram liberados: dois iemenitas, transferidos para Gana, onde foram soltos; e um kuwaitiano e um saudita, que retornaram aos seus países de origem. Outros 13 detentos devem ser liberados até o fim deste mês. Mesmo assim, Guantánamo ainda possui 103 detentos.

Agência Efe

"Nenhum passo atrás. Feche Guantánamo"

Charge do Latuff: Obama e as armas: quais destas lágrimas são reais?

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*operamundi

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