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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, janeiro 18, 2016

não fomos capazes de desenvolver um órgão de controle ao Judiciário que seja capaz de, pelo menos, minimizar as decisões corrompidas.

JUDICIÁRIO: O PODER ILIMITADO


Juiz não é eleito,  só larga o cargo por idade, não é controlado por nenhum outro poder da República, e, com honrosas exceções, adora um holofote!

Juízes são pessoas humanas que, antes de se tornarem Juízes, foram cidadãos comuns. Têm preferências: torcem para um time de futebol, uma Escola de Samba, preferem um modelo econômico e têm simpatia por um partido político! Antes de se tornar Juiz, o cidadão já fez suas escolhas e, como qualquer ser humano normal, as levará para o resto da vida.

Um político, seja do Executivo ou Legislativo, periodicamente será avaliado pela população. É mais exposto e, por esta razão, pode ser reeleito ou não. Um Juiz, nunca.

Ainda que alguns se considerem deuses, são falíveis. Não raro são obrigados a rever decisões, a reestudar casos mais complexos, a reexaminar provas. No direito moderno, cuja defesa é sagrada, acusação e defesa detém os argumentos - e provas - para basear as decisões judiciais: apesar dos erros cometidos, espera-se que sejam capazes de julgar observando as regra básica da democracia.
A IMPARCIALIDADE

Arbitrar uma disputa onde não se tem qualquer interesse no resultado é o modelo ideal de justiça.
Mas, por serem humanos e já terem suas preferências pré-definidas, até onde o poder da Justiça pode ir?
Em processos que envolvem entes públicos, de repercussão nacional, qual a capacidade de isenção de um Juiz?
Imagine um embate jurídico do tipo FLA X FLU . E se o Juiz for FLA? E se for FLU? Onde estará a isenção ética se não, exclusivamente, na cabeça do magistrado?
O PODER ECONÔMICO

Ninguém pode assegurar que Juízes não se corrompem, pois são humanos e falíveis.
Mas quando um decisão provoca danos a muitas pessoas, danos materiais ou morais, quem irá garantir que a lei foi cumprida de forma isenta?

O direito, em democracias, prevê instâncias superiores para reavaliar decisões. E no caso da última instância, onde não cabem mais recursos, quem irá afirmar que a decisão não teve peso econômico, político ou pessoal?

A resposta é: NINGUÉM.
SOMOS REFÉNS

A sociedade deve evoluir para não se manter atrelada a erros judiciais, sobretudo aqueles cometidos com intenções imorais.
Um ditado diz que "a justiça se resume ao que o Juiz comeu no café da manhã". Estudo israelense publicado na HypeScience comprova que 65% dos prisioneiros receberam sentenças mais amenas quando julgados nas primeiras horas da manhã ou logo depois do almoço! Quanto mais se aproximava a próxima refeição, as penas eram mais duras ...

Então sou refém do estômago de um Juiz?

A resposta é: APARENTEMENTE, SIM.
JUSTIÇA POLÍTICA

Inúmeras vezes, no Brasil, partidos políticos representam contra adversários sentindo-se ofendidos.
A cada julgamento, surge o FLA X FLU e qualquer decisão que seja tomada desagradará alguém.

Qual a garantia de que a decisão foi isenta? Não há.

Na política, como em outros setores da sociedade, a vontade individual pode prevalecer. Seja por incapacidade do julgador, por falta de ética, por corrupção, por preferência pessoal.

E ainda mantemos Juízes no cargo até alcançarem a idade de aposentadoria compulsória; não fomos capazes de desenvolver um órgão de controle ao Judiciário que seja capaz de, pelo menos, minimizar as decisões corrompidas.
*http://brasilmobilizado.blogspot.com.br/2015/02/judiciario-o-poder-ilimitado.html

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