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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quarta-feira, maio 19, 2010
“O governo não irá retirar o regime de urgência dos projetos do marco regulatório do pré-sal que tramitam no Senado
Governo age bem e mantém urgência do pré-sal
terça-feira, 18 maio, 2010 às 19:53
Animadora a nota que saiu agora há pouco da Agência Reuters:
“O governo não irá retirar o regime de urgência dos projetos do marco regulatório do pré-sal que tramitam no Senado, afirmou nesta terça-feira o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha. A oposição, no entanto, condiciona a desobstrução da pauta à retirada do status.
“O governo mantém a urgência do pré-sal e acha que tem que limpar a pauta do Senado”, disse o ministro, após reunião com senadores.(…)
Para Padilha, no entanto, a prioridade das medidas provisórias e dos projetos do pré-sal deve ser respeitada.
“Acho que esse é um momento importante de mobilização. Quem quer votar o Ficha Limpa de verdade tem que se mobilizar para votar aquilo que está trancando a pauta no Senado. Então essa é a nossa orientação para o conjunto da bancada do governo.”
Fez muito bem. O Governo não pode deixar que o pré-sal seja jogado para as calendas gregas. Quem quer votar mesmo o Ficha Limpa – e o líder tucano no Senado encaminhou uma consulta ao TSE, revelando que não tem convicção sobre a aplicabilidade de lei já nestas eleições – faz força e trabalha mais. Agora, deixar de votar o pré-sal se o próprio líder tucano tem dúvidas sobre aplicabilidade imediata da lei?
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