Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 09, 2010

Desmatamento da Amazônia diminui 49% em 10 meses






Desmatamento da Amazônia diminui 49% em 10 meses


Clique na imagem para ampliar

Saudei no mês passado aqui, com base numa matéria do Estadão, que antecipava os números a serem divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente, a redução do desmatamento da Amazônia em 47% em 10 meses. Mas hoje, com os números oficiais do Deter (Detecção do Desmatamento em Tempo Real), sistema utilizado pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), ficamos sabendo que de agosto de 2009 a junho de 2010, houve uma redução de 49% no desmatamento na região.

Embora a área desmatada ainda seja grande demais para o que desejaríamos, é preciso comemorar a melhora do resultado em 10 meses, que comprova um avanço nos mecanismos de controle da destruição. É significativa a redução da área desmatada de 3.536,68 km² entre agosto de 2008 e junho de 2009 para 1.808,55 km² entre agosto de 2009 e junho de 2010. A estimativa é que a redução do desmatamento em 2010 seja de 26% em relação a 2009, que já foi a menor registrada em 20 anos de monitoramento.

Uma das novidades no combate ao desmatamento na Amazônia foi a inclusão das pequenas e médias propriedades, além dos latifúndios. A ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, disse que as áreas menores começaram a ser significativas ao longo dos anos, o que exigiu o seu acompanhamento.

O presidente do Inpe, Gilberto Câmara, afirmou que o Brasil é líder mundial no uso de satélites para monitorar o desmatamento em florestas tropicais e que pretende exportar sua tecnologia para outros países da América Latina e da África. O sistema de monitoramento deve receber mais dois satélites em 2011 e 2012, melhorando ainda mais a sua cobertura.

A defesa da Amazônia é estratégica para o país e o resultado divulgado hoje é um recado direto aos países que nos acusam de não cuidar de nosso grande patrimônio. Com toda a complexidade que significa vigiar uma área de cinco milhões de quilômetros quadrados, o Brasil vem melhorando anualmente o combate ao desmatamento.

O Brasil deixou de ser um problema para o clima mundial e assumiu posição de vanguarda para soluções negociadas no mundo, como destacou Dilma Rousseff durante a Conferência Mundial do Clima, em Copenhague, em dezembro do ano passado. O país se comprometeu voluntariamente a reduzir em 80% o desmatamento da Amazônia até 2020, em comparação com a década anterior, e deve superar a meta com folgas mantido o atual ritmo.

dotijolaço

Nenhum comentário:

Postar um comentário