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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 02, 2010

Obama deve anunciar







O final da missão militar no Iraque


Da BBC Brasil

Obama deve confirmar fim de missão militar no Iraque

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve confirmar que todas as tropas americanas serão retiradas de combate no Iraque em agosto.

O anúncio deve ser feito durante um discurso na Associação de Veteranos Deficientes em Atlanta, na Geórgia, nesta segunda-feira.

Dos atuais 65 mil soldados no Iraque, 50 mil permanecerão até o fim de 2011 para auxiliar as forças iraquianas e proteger os interesses dos EUA no país.

Durante o discurso, Obama deverá enfatizar seu compromisso com as tropas em serviço nas duas guerras, do Iraque e do Afeganistão, assim como os veteranos.

o"Nosso compromisso com o Iraque está mudando de um esforço militar liderado por nossas tropas para um esforço civil liderado por nossos diplomatas", diz um trecho do discurso que o presidente lerá na convenção dos veteranos de guerra.

"Logo no início do governo, anunciei nossa nova estratégia para o Iraque e para uma transição rumo à total responsabilidade iraquiana, e deixei claro que até o dia 31 de agosto de 2010 a missão de combate da América no Iraque se encerraria."

"Isso é exatamente o que estamos fazendo, como prometido, dentro do cronograma."

Enquanto retira suas tropas do Iraque, o presidente Obama eleva a presença militar dos EUA no Afeganistão, para onde serão enviados mais 30 mil soldados americanos.

Mortes

O anúncio do governo americano chega no momento em que Washington e Bagdá se desentendem em relação ao número de mortos no conflito iraquiano.

No fim de semana, o governo iraquiano afirmou que 535 pessoas morreram em ataques em julho – o nível mais alto de violência em mais de dois anos no país.

CliqueLeia também na BBC Brasil: Iraque teve mês mais violento em mais de 2 anos

O governo americano afirma que o número de mortos foi 222. Entretanto, nenhuma razão foi oferecida para explicar por que os números provenientes de ambas as fontes são tão diferentes.

Depois que o governo iraquiano divulgou suas estatísticas, analistas interpretaram o aumento da violência no país à incerteza criada pelo vácuo político desde as eleições de março deste ano.

Os grupos vencedores ainda não chegaram a um acordo sobre quem deverá ser o primeiro-ministro do país.

O pleito, no dia 7 de março, terminou com a vitória da coalizão liderada pelo ex-premiê Iyad Allawi, que conquistou 91 cadeiras no Parlamento. Já o bloco do atual primeiro-ministro iraquiano, Nouri Al-Maliki, conquistou duas cadeiras a menos.

Ambos os grupos ficaram bastante aquém dos 163 parlamentares necessários para formar um governo.

Segundo a site independente www.iraqbodycount.org, cerca de 100 mil civis morreram no país de mortes violentas desde a invasão do país por forças lideradas pelos Estados Unidos, em 2003.

doluisnassif

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