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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Internet mais importante que jornal, rádio e revista




Pesquisa realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que, nas eleições deste ano, a internet foi mais importante que rádio, jornal impresso e revista na formação de opinião do eleitorado.
Ainda assim, a web está em terceiro lugar, sendo a fonte preferida de 9,9% dos eleitores. Em primeiro lugar está a televisão, escolhida por 56,6% dos entrevistados. Com 18,4% das preferências, está a conversa com amigos e parentes.
Entre os canais de televisão, a Rede Globo aparece com 79% da preferência, seguida pela TV Record com 60,4%. O SBT foi escolhido por 37,8% dos entrevistados e a TV Bandeirantes por 25,6%.
A pesquisa é resultado de duas mil entrevistas, dividas entre 136 municípios sorteados aleatoriamente, mas divididos por todos os estados.
Os entrevistados tinham entre 16 e 70 anos, com escolaridade que varia entre a 4ª série do ensino fundamental e o ensino superior completo – sendo que a maioria, 32%, declarou ter ensino médio completo. A margem de erro é de 2,2%.
Juliana Sada

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