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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, dezembro 13, 2010

Um deleite Bebel...

Filho de Peixe - Bebel Gilberto


A cantora e compositora Bebel Gilberto, filha dos ícones da música brasileira João Gilberto (um dos criadores da bossa nova) e Miúcha (irmã de Chico Burque), nasceu em Nova Iorque, no dia 12 de maio de 1966.
Bebel começou a cantar cedo, participando de coros infantis em discos e musicais como "Saltimbancos" e "Pirlimpimpim". Aos nove anos, já havia se apresentado no Carnegie Hall com a mãe e Stan Getz.
Em 1986, lançou um EP pela Warner, que incluia a canção "Eu Preciso Dizer Que Te Amo", composta em parceria com os então integrantes do Barão Vermelho, Dé Palmeira e Cazuza, de quem era grande amiga.
Em 1991, depois de algumas tentativas de carreira solo no Brasil, Bebel mudou-se para Nova York. Revezando-se entre os Estados Unidos e a Inglaterra, trabalhou com David Byrne, Arto Lindsay e DJ Towa Tei (do grupo Deee-Lite), sempre procurando fundir sua bossa nova natal a novos processos e concepções musicais.
Em 2000, lançou seu primeiro disco solo, "Tanto Tempo", pelo selo Ziriguiboom, da gravadora belga Crammed, e despontou nas paradas de sucesso internacionais da categoria World Music. Com o disco, Bebel conquistou as pistas dos clubes mundo afora e a posição de artista brasileira que mais vendeu discos nos Estados Unidos desde os anos 60. A cantora vendeu mais de um milhão de cópias no mundo e foi ovacionada pela crítica e pelo público internacional.
Em 2004, lançou, pela Universal Music, o cd "Bebel Gilberto", que contou com produção do inglês Marius de Vries, que já trabalhou com estrelas como Annie Lennox e Madonna. Ainda em 2004, Bebel Gilberto recebeu o prêmio britânico Mobo (Music of Black Origin), na categoria World Music.
Em 2007, a cantora lançou seu terceiro cd, "Momento". "All in One", seu quarto cd, foi lançado mundialmente em 29 de setembro de 2009 pelo famoso selo de jazz americano Verve. Em "All in One", Bebel contou com um super time de produtores como Mark Ronson (Amy Whinehouse, Lily Allen), John King (Dust Brothers, Beck), Daniel Jobim, Carlinhos Brown, Didi Gutman (Brazilian Girls) e Mario Caldato Jr (Beastie Boys, Bjork, Jack Johnson).
Desde o lançamento do disco "Tanto Tempo" em 2000, ela vendeu mais de 2,5 milhões de discos e teve, no exterior, músicas incluídas nas trilhas sonoras de sete filmes (entre eles Next Stop Wonderland, Bubble, Closer e Eat Pray Love) e sete séries de TV, entre as quais Sex and the City, Six Feet Under e Nip/Tuck.

Abaixo, Bebel interpreta "Eu Preciso Dizer Que Te Amo", que compôs em parceria com Cazuza e Dé Palmeira.


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