Lula diz que FMI enfrenta crise mundial com 'silêncio profundo'
Lula diz que FMI enfrenta crise mundial com 'silêncio profundo'
Ele criticou atuação do fundo na solução da crise financeira internacional.
Ex-presidente discursou na cerimônia dos premiados no World Food Prize.
Lula em discurso proferido, nesta sexta-feira (14),
nos EUA (Foto: Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
“O FMI tinha solução para tudo quando a crise era na Bolívia, no Brasil, no México. Quando a crise chega aos países ricos o FMI se cala, entrou num silêncio profundo. O BID, então, não fala mais nada”, criticou Lula.
Lula disse que as nações desenvolvidas precisam seguir o exemplo do Brasil no combate à crise mundial e de que não tem nada mais “fácil e barato no mundo do que cuidar dos pobres, o que é duro é cuidar dos ricos”.
Para ele a distribuição de renda permite que os pobres possam consumir e, com isso, faz com que a economia possa girar, gerando emprego e renda para os mais ricos.
O ex-presidente foi um dos agraciados, nesta quinta (13), com o prêmio World Food Prize nos Estados Unidos. A premiação foi criada em 1970 para prestigiar personalidades que contribuíram para a diminuição da fome no mundo. Após recebê-lo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a fome é "a maior arma de destruição em massa que a humanidade já inventou" e que os governantes, em vez de guerras, devem "lutar pela vida, não pela morte".
Nesta sexta, a presidente Dilma Rousseff também criticou o FMI. Ela afirmou, porém, que o Brasil poderá aumentar sua participação no fundo. Segundo ela, como país credor, O Brasil não aceitará que sejam impostas a outras nações condições semelhantes a que a entidade impôs ao Brasil nas décadas passadas.
"Hoje nós temos recursos aplicados no Fundo Monetário, possivelmente, inclusive, nós iremos ter uma maior participação. Agora, jamais aceitaramos como participantes do Fundo Monetário certos critérios que nos impuseram sejam impostos a outros países", disse, durante cerimônia de assinatura do do plano Brasil sem Miséria com os governadores da região Sul, em Porto Alegre.
Na quinta, a presidente já havia criticado o FMI. Ela comparou a crise da dívida soberana, iniciada na década de 1980, com a atual crise econômica nos países ricos e reafirmou a necessidade de conjugar investimento e inclusão social. Disse, porém, que "parece que não há um empenho, uma convicção política uniforme de como lidar com essa crise" por parte dos países ricos.
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