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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 13, 2011

Murdoch, rei do PiG, marreta circulação do jornal. É o jornalismo declaratório

Saiu no Globo:

Diretor ligado a Murdoch cai por escândalo no ‘Wall Street Journal’


LONDRES – Andrew Langhoff, um dos principais executivos europeus do grupo News Corp., do empresário de mídia Rupert Murdoch, pediu demissão na quarta-feira. A decisão ocorre após uma série de reportagens do jornal britânico “The Guardian”, que revela um esquema fraudulento para elevar o volume de circulação do principal jornal do grupo, o “Wall Street Journal”.

E no inglês Guardian, que denunciou o escândalo no império Murdoch, desde os grampos do News of  the World:

Wall Street Journal circulation scam claims senior Murdoch executive


Andrew Langhoff resigns as European publishing chief after exposure of secret channels of cash to help boost sales figures

Navalha
Um diretor do Murdoch na Europa fazia a seguinte trapaça.
Oferecia “matérias-púlpito” a empresas na Europa.
(Matérias-púlpito são em geral do gênero declaratório – clique aqui para ler aula magna do Caco Barcellos sobre o preconceito de classe do PiG e da Justiça brasileira.)
Em troca, as empresas compravam assinaturas do Wall Street Journal.
A circulação do jornal do Murdoch subia.
Com isso, Murdoch cobrava mais caro pelos anúncios.
E as empresas e seus presidentes ficavam mais famosos (e tinham bônus mais altos ), ao descer do púlpito.
É assim que funciona o PiG (*).
Quer dizer, o Rei do PiG (*).




Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

No Brasil, governadores do PSDB e do DEM inflam a circulação de jornais e revistas com dinheiro público.

Encalhe da revista Veja em abril de 2010

Corrupção na imprensa: fraude na tiragem do Wall Street Journal. Alckmin e Arruda fizeram algo parecido.

O tradicional The Wall Street Journal montou uma fraude para inflar sua circulação (exemplares vendidos), segundo reportagem do diário inglês The Guardian.

De acordo com documentos, o diário estadunidense teria comprado seus próprios jornais para movimentar as cifras de circulação, com o objetivo de cobrar mais dos anunciantes. O jornal enviava dinheiro à firma Executive Learning Partnership (ELP), com sede na Holanda, para que ela comprasse milhares de exemplares diariamente a preços rebaixados.

O escândalo provocou a renúncia do editor do The Wall Street Journal para a Europa Andrew Langhoff, um dos mais antigos executivos europeus do império midiático do magnata Rupert Murdoch. (a notícia vem do Portal Terra)

No Brasil, governadores do PSDB e do DEM inflam a circulação de jornais e revistas com dinheiro público.
Encalhe da revista Veja em abril de 2010
Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB/SP) comprou, sem licitação, milhares de assinaturas dos jornais "Folha de São Paulo" e "O Estado de Sâo Paulo", além da Revista Veja  (confira aqui).

Além do pagamento de R$ 9 milhões pelas assinaturas com dinheiro público, isto segura a decadência na circulação aferida pelo IVC (Instituto de Verificação de Circulação), evitando a queda no preço da propaganda nas páginas dos jornais e revistas.

Em retribuição ao governador, o que se observa é um noticiário extremamente favorável ao governo tucano, e a perseguição sistemática aos adversários políticos do governador.

O ex-governador José Roberto Arruda (ex-DEMos/DF) também fez o mesmo: assinou em massa a Revista Veja e o Correio Braziliense. (Confira aqui)

No caso da revista Veja, poucas semanas depois ganhou uma grande entrevista simpática nas páginas mais destacadas da revista, funcionando como verdadeira propaganda governamental.

Clique na imagem para ampliar

*osamigosdopresidentelula

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