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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 18, 2011

Plim-Plim! PF abre inquérito contra Ricardo Teixeira. Assunto: suborno pelos direitos de TV na Copa.

A Polícia Federal abriu nesta segunda-feira (17) um inquérito para investigar o presidente da CBF e seu irmão Guilherme Terra Teixeira.

Ambos são investigados por crime de lavagem de dinheiro no episódio da empresa Sanud - sediada no paraíso fiscal de Liechtenstein.

A Sanud, de propriedade de Ricardo - Guilherme é procurador da Sanud - teria remetido ilegalmente ao Brasil US$ 9,5 milhões (cerca R$ 16,7 milhões), com origem em suborno da extinta empresa ISL, acusada de dar dinheiro a cartolas da Fifa em troca de privilégios nos contratos de transmissão de TV da Copa do Mundo nos anos 90.

Ganha um Plim-plim quem adivinhar qual Rede de TV tinha os direitos de transmissão no Brasil. (com informações do portal Terra)

A investigação acima é resultado de outra, na Suíça, deflagrada em 2001, quando a TV Globo pagou o sinal de US$ 60 milhões por direitos de transmissão da Copa de 2002.

O pagamento foi feito a empresa do grupo ISL, que representava a FIFA na época, e a empresa teria desviado este dinheiro para uma conta "secreta" em Liechtenstein (coincidentemente, onde ficava a sede da SANUD).

A Fifa havia dado queixa contra a ISL, o que deflagrou o processo na justiça Suíça. Em 2004, inexplicavelmente, a FIFA retirou a queixa penal. Mas os desdobramentos destas investigação chegaram a uma rede de subornos dos cartolas ligados à FIFA, e entre os acusados está o presidente da CBF (a história toda está aqui).

Jornal Nacional leu a noticia em tom de nota de pesar.

Sem ter como esconder uma notícia confirmada pela Polícia Federal, o Jornal Nacional se limitou a ler a notícia com visível constrangimento, como se lê uma nota de pesar.br />
Só apareceu o locutor Willian Bonner lendo o texto da forma mais discreta possível. Fátima Bernardes se encarregou de ler a nota de Ricardo Teixeira tentando desqualificar a denúncia.




Curioso... não ter levado ao ar:

- aqueles textos destacados de documentos;
- nem o delegado da PF Vitor Poubel (que falou à TV Record, confira o vídeo acima);
- nem o procurador da República Marcelo Freire, que pediu a investigação;
- nem o Ministro da Justiça (abordado pela Record);
- nem a opinião de especialistas;
- nem mesmo o Galvão Bueno, puxa vida!
- nada de infográficos;
- nada de fotos ao fundo.

Leia também:

- Por que querem derrubar Orlando Silva? Siga o dinheiro em Liechtenstein, pago pela TV Globo.
*osamigosdopresidentelula

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