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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 14, 2011

PSDB defende herança maldita de FHC

O PSDB fez a defesa do legado de FHC em programa de TV que foi ao ar na noite da última quinta-feira (13). O próprio ex-presidente foi o principal garoto-propaganda do partido neoliberal e conservador.
Afinado com o discurso do capital financeiro e da mídia conservadora, o PSDB apresentou um bordão demagógico de combate à inflação, segundo o “sábio” FHC “o maior mal para os trabalhadores”.
O programa de TV dos tucanos citou o Plano Real e fez a apologia da famigerada Lei de Responsabilidade fiscal, e expressão jurídica das políticas de arrocho adotadas para assegurar o pagamento da dívida pública em detrimento do gasto social e do investimento público.
FHC disse uma verdade e muitas mentiras. Afirmou que “as principais reformas” no Brasil foram realizadas pelo seu partido. De fato, foi o PSDB que promoveu, durante os dois mandatos de FHC as reformas neoliberais e conservadoras que mutilaram a democracia, comprometeram a soberania nacional e degradaram a vida do povo. A maior de todas as mentiras foi a afirmação de que o programa Bolsa Família do governo Lula se originou no governo de FHC.
Doutor nas artes de sofismar e tergiversar, FHC referiu-se à gestão de Lula, sem o citar, como de continuidade.
“Na época tínhamos certas dúvidas se as mudanças ficariam se mudasse o governo. Por que o PT se opôs a tudo, mas mudou o governo e eles entenderam que era melhor seguir o caminho.”
O ex-governador e candidato derrotado à Presidência da República, José Serra, também apareceu no programa dos tucanos. Juntamente com seu aliado, o senador Aloysio Nunes Ferreira, Serra fez uma guerra interna no partido porque foi preterido pela direção paulista no programa de TV estadual.
Os tucanos atribuíram a Serra o papel de fazer as críticas mais duras ao governo da presidente Dilma. Serra repetiu os bordões de seu partido: acusou o governo de “corrupção” e, “incompetência”
A direção partidária incumbiu ao senador Aécio Neves, rival de Serra, o papel de apresentar a plataforma dos tucanos. Também aqui o discurso foi vazio: defesa de “gestão eficiente”, exemplificada com as ações dos governos do PSDB nos estados.
O programa também levou ao ar o líder do partido no Senado, Álvaro Dias (PR), o líder na Câmara, Duarte Nogueira (SP), o presidente nacional da sigla, Sérgio Guerra (PE), além da presidente do PSDB Mulher, Thelma de Oliveira, e do presidente da Juventude do PSDB, Marcello Richa.
Por: Correio do Brasil
*Carcará

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