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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 20, 2011

Reação de Hillary
à morte de Kadafi: WOW !


Que bom !, Hillary. Nada como o improviso. Clique na imagem para assistir ao vídeo

CNN americana distribui mundo afora imagens da Secretária de Estado Hillary Clinton enquanto se preparava para dar uma entrevista em Kabul, no Afeganistão.

O cinegrafista da CNN capta os  preparativos.

Alguém passa o Blackberry à Secretária.

Ela aperta os olhos – estava sem óculos – lê por um instante e reage, impulsivamente!

WOW !

Uma voz diz que Kadafi pode estar morto.

Hillary sorri e diz: são informações não confirmadas de que Kadafi morreu. Já houve outros informes não confirmados, antes.

Dessa vez, ele morreu.

WOW !


Paulo Henrique Amorim

Outro Senhor do Mal cai

Até que afinal morreu.

Tinha que ser: Khadafi era mau.
Fez coisas horríveis, é verdade.

Não piores de quanto já fizeram um Barack ou um Cameron qualquer, mas sempre horríveis.

E, sobretudo, Khadafi era estúpido: não teve a capacidade de escolher o campo dos Bons.

Sobretudo era velho, desactualizado: Khadafi era um dinossauro analógico num mundo digital em continua evolução.

Khadafi pensava que se o petróleo nascia na Líbia, então tinha que pertencer aos Líbios: pode-se dialogar com um individuo destes?
Khadafi pensava que um banco central tivesse que ser controlado pelo governo: ridículo, fora de moda.

Khadafi acreditava ainda na resistência, na luta física, quando hoje os grandes conflitos são perpetrados com teclas. Por isso foi morto por tropas especiais camufladas de rebeldes; por alqaedistas armados pelos Americanos.
Dizem que lutou até o fim: honra para ele, no meio de burocratas que matam com cortes nas pensões ou banqueiros que arruínam vidas com assets.

Nos telejornais podemos ver as imagens do corpo dele, pisado, empurrado por Árabes. É importante que sejam Árabes a fazer isso, todos têm que ver como Khadafi era odiado no próprio País.

Ao mesmo tempo outras duas mensagens chegam com aquelas imagens.

A primeira, a mais evidente, é que foram os Árabes que matarm o homem, não nós ocidentais, que estamos inocentes.
Se Khadafi tivesse caído nas nossas mãos, teria sido morto, com certeza, mas só após um processo farsa, não assim no meio da rua.

A segunda mensagem, menos palpável mas nem por isso não presente, é que os Árabes são animais: mesmo os que lutam para "libertar" o País deles, são como bestas ferozes que não resistem perante a vista do sangue e do inimigo ferido.
Nós, os ocidentais, não somos assim, somos bem educados.

Mas que interessa isso numa dia como hoje?
Um outro Senhor do Mal morreu, derrotado pela Justiça: é isso que interessa.
Após, o bom Bin Lade, após o Número Dois de Al-Qaeda, agora é a vez de Khadafi.

Quem sobra?
A Coreia por enquanto está debaixo do chapéu chinês, pelo que não conta.
Cuba já não é o que era.
Chavez? Cão que ladra não morde.

Por isso temos Bashar al-Asad, na Síria, e toda a banda de Teheran. no Irão.
Um pior dos outros, todos Senhores do Mal.

Não sei porque, mas se eu fosse al-Asad não faria plano de longo prazo.

Ipse dixit.
*Informaçãoincorreta

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