Gilmar colocou no Supremo principal operador de Cachoeira
Notícia do Estadão de 30 de abril de 2011
De
certa forma, confirma o receio do Procurador Geral da República que,
caso a denúncia sobre Demóstenes Torres chegasse ao Supremo, as
investigações ficariam comprometidas.
Gilmar colocou no coração do Supremo o principal operador da conexão Cachoeira-Veja.
Medo de espionagem leva até STF a pagar agentes
Desde o suposto grampo contra Gilmar Mendes, em 2008, Supremo foi dominado pela paranoia da espionagem
30 de abril de 2011 | 20h 29
Vannildo Mendes, de O Estado de S. Paulo
Vannildo Mendes, de O Estado de S. Paulo
Desde
o escândalo do suposto grampo contra o ministro Gilmar Mendes, em 2008,
o Supremo Tribunal Federal (STF) também foi dominado pela paranoia da
espionagem, a exemplo do setor público em geral. O próprio ministro
teria, deste então, um "personal araponga" - que lhe dá assessoria
informal quando a ameaça vem de fora.
O
trabalho é feito pelo ex-agente da Agência Brasileira de Inteligência
(Abin) Jairo Martins, hoje um dos nomes mais requisitados do mercado.
Ele nega essa condição profissional.
Em
razão da natureza de seu trabalho, todos os ministros têm proteção
especial - mas alguns são mais preocupados que outros. É o caso de Marco
Aurélio Mello, que costuma pedir mais varreduras no seu gabinete, e do
atual presidente, Cezar Peluso.
O
STF tem até uma Secretaria de Segurança Judiciária, que faz treinamento
permanente de suas equipes em ações de inteligência. Esse cuidado
confirma a preocupação crescente da Corte com a proteção de seus
documentos e com a chamada "segurança orgânica das instalações".
O
Supremo recusou-se a dar informações sobre tamanho, forma e estrutura
de sua área de inteligência. Conforme denúncia investigada em 2008,
arapongas da Abin teriam grampeado uma conversa entre Mendes, então
presidente da Corte, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Embora
nunca confirmado, o suposto grampo derrubou o diretor da Abin, Paulo
Lacerda. Na sua gestão, a agência havia sido reestruturada, os salários
tiveram significativo aumento e o último concurso reforçou o quadro, que
chegou a 2 mil profissionais.
Desde
então, a Abin nunca mais reencontrou seus rumos e vem perdendo poder. O
quadro atual, de 1.560 servidores, entre agentes, técnicos e oficiais
de inteligência, vem sofrendo com a evasão. Um quarto desses servidores
pertenceu ao Serviço Nacional de Informações (SNI), criado na ditadura
militar (1964-1985) para vigiar adversários, até ser extinto no governo
Fernando Collor.
O Gabinete da
Segurança Institucional, ao qual a Abin é subordinada, centralizou as
ações do órgão, depois que alguns dirigentes da categoria se recusaram a
fazer parte da "tropa do Elito", como alegaram de forma jocosa em
relação ao general José Elito de Carvalho, titular da pasta. Até o
fechamento desta edição, o GSI não respondeu ao questionário do jornal
sobre evasão.
Luis NassifNo Advivo
*comtextolivre
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