As pantufas lhe caem melhor
Por Luiz Cláudio Cunha *
Aos 91 anos, o general Leônidas Pires
Gonçalves, oficial da artilharia e ministro do Exército do Governo
Sarney, recrudesceu: tirou o pijama, trocou a pantufa pelo coturno,
armou o canhão, mirou a presidente Dilma Rousseff e bombardeou a
Comissão da Verdade. Tudo isso numa entrevista à repórter Tânia
Monteiro, de O Estado de S.Paulo (18 de maio), que funcionou
como fogo de barragem para os velhos companheiros de farda envolvidos
com a repressão, a tortura e o desaparecimento de presos durante a
ditadura ardorosamente defendida pelo general quase centenário. É a voz
militar mais graduada a contestar a determinação presidencial de
investigar a verdade e é a opinião mais desastrada no coro cada vez mais
idoso de velhos radicais que ainda respiram o ar saturado da Guerra
Fria.
Leônidas defendeu o Exército
(“sumariamente julgado e punido”), os militares (“injustiçados”), o
ex-ministro da Defesa Nelson Jobim (“ele se colocava”) e atacou a
presidente da República (“deveria ter a modéstia de esquecer o passado
e olhar para a frente”), a Comissão da Verdade (“uma moeda falsa, que
só tem um lado”) e os que clamam pelo fim da impunidade aos torturadores
(“é impossível mexer na Lei da Anistia, fruto de um acordo no passado e
que foi chancelada pelo Supremo Tribunal Federal”).
A bomba mais explosiva ficou para a
resposta final, em tom de ameaça: “Se quiserem fazer pressão no Supremo,
o Poder Moderador tem que entrar em atuação no país”. O general não
fazia, aqui, uma menção nostálgica à bonomia dos monarcas da Casa de
Bragança, que ocupou no Império brasileiro a posição de árbitro entre os
poderes para dar estabilidade política à nação durante 67 anos, até o
advento da República. Leônidas não clamava pelo império da moderação,
mas brandia a ameaça da república da repressão, que quebrou a ordem
constitucional em 1964 e impôs a anarquia ilegal da ditadura militar
durante 21 anos de treva.
Leônidas: o "poder moderador" fechou por três vezes o Congresso Nacional a partir de 64
Exercício do cinismo
Um regime que teve muito poder e, como
bem sabe o general Leônidas, nada teve de moderador. Fechou o Congresso
três vezes, prendeu, torturou, sequestrou e matou milhares de
opositores, violou a soberania da universidade e a independência dos
tribunais, cassou mandatos políticos e aposentou professores, baniu e
exilou opositores, fechou sindicatos e calou sindicalistas, amordaçou a
imprensa e sufocou as artes, impôs o medo e jogou o país no porão de uma
longa e nada branda ditadura de duas décadas, uma das mais sangrentas
do Cone Sul do continente. O nostálgico general Leônidas agora quer
repetir tudo aquilo, outra vez, sob o pretexto de ‘proteger’ o Supremo?
Conta outra, general!…
A memória seletiva e precária do general
esquece que a Lei da Anistia, ao contrário do que ele diz, não foi
“fruto de um acordo”. Passou apertado, raspando, por apenas cinco votos
(206 a 201) num Congresso dominado pelo partido da ditadura, a Arena,
que mantinha sua maioria a ferro e fogo, à custa das cassações de
mandatos e da violência do AI-5, para controlar o irrefreável
crescimento da legenda da oposição, o MDB. A lei foi votada e formatada
sob o arbítrio do general Figueiredo, em agosto de 1979, seis anos antes
da queda do regime, num texto lapidado cuidadosamente pelos comandantes
militares para acomodar uma esdrúxula invenção jurídica: o “crime
conexo de sangue”, vil esperteza dos quartéis para equiparar torturados e
torturadores com a mesma anistia — indiscriminada, desigual e injusta.
Uma anistia costurada sob o molde caviloso da repressão para estender o
espesso manto da impunidade sobre os crimes de quem nunca foi acusado,
julgado, processado e condenado.
Com o cinismo que a idade avançada não
desbotou, o general Leônidas tenta justificar os abusos de seus velhos
companheiros de farda e truculência: “O soldado é um cidadão de uniforme
para o exercício cívico da violência”, disse em entrevista a Geneton
Moraes Neto da Globo News, sem explicar onde escavou este sofisticado
raciocínio que nivela todos os exércitos pela vala comum do arbítrio. O
general ignora os exemplos na História de forças armadas que se
mobilizaram, em momentos cruciais, pela preservação de valores perenes
da democracia e da civilização.
Fã clube do Reich
Um exército, esquece o cínico Leônidas,
pode ser a reunião de homens fardados que lutam pelo exercício da
liberdade contra o nazifascismo. Pode, por exemplo, ser a força armada
que se levanta em defesa da Constituição, como fez o III Exército ao
cerrar fileiras com o governador Leonel Brizola e o povo gaúcho na
Campanha da Legalidade de 1961. Pode também se alçar pela afirmação da
autoridade constitucional do presidente, como fez o marechal Henrique
Lott para sufocar a quartelada golpista de 1955 que tentava bloquear a
posse de Juscelino Kubitschek. O general Leônidas, aparentemente, devia
ser na sua tenra juventude um cidadão fardado que se imaginava
autorizado ao exercício cívico da violência contra a ordem
constitucional e os direitos fundamentais da pessoa humana. Faz sentido.
O tenente Leônidas e o chefe, general Álcio Souto: matinê para admirar a blitzkrieg do Reich
Leônidas Pires Gonçalves perdeu a chance
de ser um dos heróis brasileiros da luta da Força Expedicionária
Brasileira contra o III Reich, na campanha na Segunda Guerra Mundial,
simplesmente porque estava do lado errado. Aos 23 anos, foi alijado da
FEB porque teve o azar de ser, na época, ajudante de ordens do coronel
Álcio Souto, um notório simpatizante da Alemanha que o Brasil
combateria, com seus pracinhas, na frente de batalha da Itália. No
livro A Ditadura Derrotada, o jornalista Elio Gaspari conta que
Souto, então comandante da Escola Militar do Realengo e chefe de
Leônidas, costumava levar seus cadetes nos primeiros anos da guerra a um
cinema do subúrbio carioca onde o adido militar da embaixada de Adolf
Hitler costumava exibir filmes sobre os avanços avassaladores da blitzkrieg da
Reich alemão. O filho Alvir, general reformado, negou tempos atrás
estas empolgadas matinês, dizendo que o pai não era nazista: “Ele não
admirava o Reich, mas sim o Exército alemão”, justificou, como se fosse
possível separar uma coisa e outra.
Filinto Muller: a polícia de Getúlio faz estágio na Gestapo de Hitler e Himmler
Geisel e seu ídolo
O filonazismo verde-amarelo não era uma
exclusividade do comandante do então tenente Leônidas, mas era extensivo
aos chefes supremos do regime do Estado Novo, que se espelhava na
pátria da Wehrmacht hitlerista. O major de artilharia Affonso Henrique
de Miranda Corrêa, o segundo homem de Filinto Muller na chefia de
polícia da ditadura de Getúlio Vargas, foi mandado à Alemanha para um
estágio de um ano na Gestapo, onde acabou condecorado por seu chefe,
Heinrich Himmler, o mentor da ‘solução final’ dos campos de
concentração. Os dois maiores líderes militares do país, os generais
Eurico Gaspar Dutra (ministro da Guerra) e Góis Monteiro (chefe do
Estado Maior do Exército), não escondiam sua admiração pelo Reich.
Benito Mussolini e um admirador: o ex-capitão Ernesto Geisel
Dutra comemorou a queda de Paris sob o
tacão nazista com uma festa em sua casa. Meses antes, Góis Monteiro
fazia as malas para chefiar uma comitiva de oficiais que viajaria a
Berlim para conhecer a “gigantesca obra de reconstrução nacional” da
Alemanha quando o embarque foi abortado. As divisões Panzer de Hitler
acabavam de cruzar a fronteira da Polônia, dando início à Segunda Grande
Guerra. Um dos oficiais da comitiva que perdeu a instrutiva viagem foi
um capitão chamado Ernesto Geisel, que se confessava um admirador do
líder fascista italiano Benito Mussolini. No Brasil, a afeição de Geisel
era reservada ao chefe de Leônidas, coronel Álcio Souto, que chegou ao
generalato como chefe do gabinete militar do presidente Dutra, o
simpatizante nazista que se rejubilou com o desfile das tropas
hitleristas sob o Arco do Triunfo parisiense.
Leônidas e Herzog: “Um homem assustado faz qualquer coisa. Até se mata”
Susto e chocolate
Foi neste festivo entorno
nacional-socialista que o futuro cidadão de uniforme Leônidas Pires
Gonçalves forjou o seu cívico espírito da violência. “Na hora de dar
chocolate, não se dá tiro. E, na hora de dar tiro, não se dá chocolate”,
filosofou o general Leônidas na Globo News. Debochado, o ex-ministro do
Exército desdenha das vítimas da repressão: “Quem começa guerra não
pode lamentar morte”. Ironiza as denúncias (“Hoje todo mundo diz que
foi torturado para receber a bolsa-ditadura”) e duvida do assassinato do
jornalista Vladimir Herzog sob torturas no DOI-CODI de São Paulo, em
1975: “Eu não tenho convicção de que Herzog tenha sido morto… um homem
não preparado e assustado faz qualquer coisa. Até se mata”, explicou a
Geneton Moraes Neto.
Prestes, João Goulart, Leonel Brizola: “Saíram porque quiseram. São fugitivos, não exilados”
O Leônidas que bate em Dilma e na
Comissão da Verdade com espartana disciplina desenvolveu a exótica
teoria de que os maiores líderes do regime deposto — Jango, Brizola,
Prestes, Arraes — não foram exilados. “Eles saíram do Brasil porque
quiseram. Eram fugitivos”, zombou o general, que tem a absurda certeza
dos justos no regime injusto da ditadura: “Nós nunca prendemos ninguém
que não tenha feito nada. De todas as pessoas presas, ninguém era
inocente. Todos eles tinham alguma coisa que estavam cometendo de
errado”. Na lógica cartesiana de Leônidas, a simples prisão já era, por
si só, a condenação, líquida e certa. Os ídolos nazistas dos velhos
comandantes de Leônidas ficariam orgulhosos do provecto general, ainda
rijo na sua pétrea subordinação ao autoritarismo.
Desafio aos desaparecidos
Durante quase três anos da fase mais
turbulenta da ditadura, de abril de 1974 a fevereiro de 1977, Leônidas
foi o chefe do Estado-Maior do I Exército, sediado no Rio de Janeiro.
Como tal, era o comandante imediato do DOI-CODI baseado no quartel da
Polícia do Exército na afamada rua Barão de Mesquita, um dos endereços
mais sinistros da repressão no Brasil.
Quando o quartel general do I Exército
esteve sob o comando do general linha-dura Sylvio Frota, entre julho de
1972 e março de 1974, conforme apurou o jornal O Globo, o
DOI-CODI carioca era um centro de morte. Naquele espaço de 21 meses,
contou o jornal, morreram 29 presos nas suas masmorras, então sob a
administração do notório major Adyr Fiuza de Castro, um dos radicais
mais temidos do regime. Pois bastou que ele chegasse ali em abril de
1974, diz o general Leônidas, e a paz celestial dos anjos se instalou
naquele antro de terror e violência. “Não houve tortura na minha área”,
jurou ele na Globo News. Na semana passada, n’O Estado de S.Paulo,
o general voltou a desafiar: “Nunca apareceu nada, nem ninguém, que
tivesse alegado ter sido torturado. Eu já desafiei que alguém se
apresentasse na TV e nunca apareceu nada”.
Joaquim Pires Cerveira, Rubens Paiva e Eduardo Collier: incinerados, desaparecidos
Não apareceu, talvez, porque os
desaparecidos jamais reapareciam, naqueles tempos amargos em que não se
dava chocolate na hora de dar tiro. De acordo com o Dossiê Ditadura — Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil 1964-1985,
publicado em 2009, a lista oficial de 138 desaparecidos políticos no
país registra 31 nomes que se evaporaram no Rio de Janeiro entre 1970 e
1978. Desses, seis desapareceram justamente nos anos de 1974 e 1975,
quando o DOI-CODI do Rio, que coordenava a repressão na área, estava sob
o comando direto do general Leônidas. Integram a lista Armando Teixeira
Frutuoso, Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, Jayme Amorim Miranda,
Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior, Thomaz Antônio da Silva Meirelles
Neto e Eduardo Collier Filho, que jamais poderão desmentir o general
porque estão irremediavelmente desaparecidos.
Morte no entorno do general
Sabe-se agora o destino final de apenas
um deles: o jovem pernambucano Eduardo Collier Filho, 25 anos, foi preso
pelo DOI-CODI carioca em 23 de fevereiro de 1974, dois meses antes da
providencial chegada do general Leônidas ao Rio, e acabou tempos depois
virando cinzas num forno de uma usina de açúcar de Campos, interior
fluminense, usada pela repressão para eliminar vestígios dos
desaparecidos. A confissão foi feita pelo ex-delegado do DOPS capixaba
Cláudio Guerra, que acaba de lançar Memórias de Uma Guerra Suja, um livro devastador sobreas atrocidades do regime que dava pouco chocolate e muito tiro.
Outros seis militantes da esquerda, da
lista carioca de 31 desaparecidos, sumiram em 1973, um ano antes de
Leônidas desembarcar no DOI-CODI do Rio. Entre eles, Caiupy Alves de
Castro, Ramires Maranhão do Vale, Umberto Albuquerque Câmara Neto,
Vitorino Alves Moitinho, Honestino Monteiro Guimarães — e o ex-major do
Exército Joaquim Pires Cerveira, 50 anos, sequestrado em Buenos Aires
pela ‘Operação Condor’ e trazido ao Brasil clandestinamente pelo
delegado Sérgio Fleury, do DOPS paulista. Cerveira foi visto no DOI-CODI
da Barão de Mesquita, duramente torturado, e acabou também incinerado
no forno da usina, conforme denúncia do delegado Guerra.
A estilista Zuzu Angel e Stuart Jones: “Se aparecer morta, será obra dos assassinos de meu filho”.
No ano da graça de 1971, sumiram outros
10 militantes da lista de 31 desaparecidos do Rio, incluindo o deputado
Rubens Paiva e Stuart Edgar Angel Jones, 26 anos, filho da estilista
Zuzu Angel. Ela passou os cinco anos seguintes denunciando ao mundo a
responsabilidade direta da ditadura brasileira na tortura e morte do
jovem. Fez isso, incansável, até a estranha madrugada de abril de 1976
em que o carro que dirigia, um Karmann-Ghia, capotou no túnel Dois
Irmãos e despencou na ladeira da Estrada da Gávea, morrendo na hora — um
acidente forjado pelo DOI-CODI carioca do achocolatado general
Leônidas, conforme denúncia do ex-delegado Cláudio Guerra. Uma semana
antes do acidente, Zuzu deixara na casa do compositor Chico Buarque de
Holanda um documento em que escreveu:. “Se eu aparecer morta, por
acidente ou outro meio, terá sido obra dos assassinos do meu amado
filho”.
A nostalgia de 1964
Quando essas coisas sinistras
aconteceram, o general Leônidas era o chefe imediato da central de
repressão mais ativa e bem informada do Rio de Janeiro. Mas as cenas
estranhas que atormentavam a cidade e a alma brasileira pareciam não
dizer respeito ao chefe do Estado-Maior a que se subordinava o DOI-CODI,
que o general Leônidas garantia estar subitamente domado em sua
pacífica administração. Os desaparecimentos que teimavam em acontecer
nas redondezas e nos porões, aparentemente, não quebravam a imaculada
mansidão de seu comando: “Desafio, desafiei lá e desafio agora alguém
que tenha sido torturado, ou tenha sofrido qualquer restrição maior do
que as técnicas nos prometiam, que era o isolamento”, repete Leônidas.
O general e a ‘Chacina da Lapa’: “Pagamos pela delação da cúpula do PCdoB”
O general não nega, com a vaidade
previsível, a responsabilidade direta pela chamada “Chacina da Lapa”, a
morte da cúpula do PCdoB numa casa do bairro paulistano onde o partido
se reunia em dezembro de 1976 para avaliar a guerrilha do Araguaia. A
revelação nasceu no comando de Leônidas, que admitiu ter pago R$ 150 mil
à filha de um ex-dirigente da organização, Manoel Jover Telles, para
delatar o dia e o local do encontro. A operação de cerco e extermínio
foi planejada na central de repressão da rua Barão de Mesquita pelo
coronel Freddie Perdigão, chefe da Agência Rio do SNI e braço executor (lato sensu)
do DOI-CODI, conforme denuncia o ex-delegado Guerra. “Pagamos aos
presos para eles delatarem os outros”, explicou-se o general Leônidas,
com a convicção do soldado dedicado ao exercício cívico da violência.
Ele não se arrepende do que enfrentou: “Guerra é guerra”, disse na Globo
News. “Guerra não tem nada de bonito — só a vitória. E nós tivemos. A
vitória foi nossa. Porque este país caiu na democracia que nós
queríamos”.
Agora, assustado com a aparição da
Comissão da Verdade que ameaça dissecar a ‘democracia’ e o ciclo de
violência em que caiu o país que queriam os militares em 1964, o general
Leônidas ameaça resistir à pressão da verdade com o surrado tacape do
‘poder moderador’. Alguém precisa avisar ao veterano golpista dos idos
de 64 que a democracia brasileira já não teme cara feia, nem se assusta
com fantasmas do passado.
Mais consolador ainda seria ouvir dele
um educado e cabal pedido de desculpas ao país pela grosseria. Na sua
idade, o velho e imoderado chefe militar não merece nada mais do que um
chocolate. Por favor, general Leônidas, volte às pantufas!
* Luiz Cláudio Cunha é jornalista
[cunha.luizclaudio@gmail.com]
A lista dos 31 desaparecidos no Rio de Janeiro, segundo o Dossiê Ditadura — Mortos e Desaparecidos Políticos no Brasil 1964-1985, publicado em 2009:
- Antônio Joaquim Machado, 31 anos, desaparecido em 1971
- Armando Teixeira Frutuoso, 54, desaparecido em 30/8/1975
- Boanerges de Souza Massa, 34, desaparecido em 1972
- Caiupy Alves de Castro, 45, desaparecido em 21/11/1973
- Carlos Alberto Soares de Freitas, 32, desaparecido em 1971
- Celso Gilberto de Oliveira, 25, desaparecido em 10/12/1970
- Eduardo Collier Filho, 26, desaparecido em 23/2/1974
- Félix Escobar Sobrinho, 47, desaparecido em agosto de 1971
- Fernando Augusto Santa Cruz Oliveira, desaparecido em 1974
- Heleny Telles Ferreira Guariba, 30, desaparecida em 1971
- Honestino Monteiro Guimarães, 26, desaparecido em 1973
- Ísis Dias de Oliveira, 30, desaparecida em 1972
- Ivan Mota Dias, 28, desaparecido em 1971
- Jayme Amorim Miranda, 48, desaparecido em 1975
- Joaquim Pires Cerveira, 50, desaparecido em 1973
- Joel Vasconcelos Santos, 23, desaparecido em 1971
- Jorge Leal Gonçalves Pereira, 31, desaparecido em 1970
- Mariano Joaquim da Silva, 41, desaparecido em 1971
- Norberto Armando Habeger, 29, desaparecido em 1978
- Orlando da Silva Rosa Bonfim Júnior, 60, desaparecido em 1975
- Paulo César Botelho Massa, 26, desaparecido em 1972
- Paulo Costa Ribeiro Bastos, 27, desaparecido em 1972
- Paulo de Tarso Celestino da Silva, 27, desaparecido em 1971
- Ramires Maranhão do Vale, 22, desaparecido em 1973
- Rubens Beirodt Paiva, 41, desaparecido em 1971
- Sérgio Landulfo Furtado, 21, desaparecido em 1972
- Stuart Edgar Angel Jones, 26, desaparecido em 1971
- Thomaz Antônio da Silva Meirelles Neto, 36, desaparecido em 1974
- Umberto Albuquerque Câmara Neto, 26, desaparecido em 1973
- Vitorino Alves Moitinho, 24, desaparecido em 1973
- Walter Ribeiro Novaes, 31, desaparecido em 1971
*Cappacete
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