Internet paralela
Por Murilo Roncolato
Isaac Wilder ligou o Occupy Wall Street ao resto do mundo em 2011. E agora quer conectar todo o planeta em uma rede alternativa
SÃO PAULO – “Facebook? Twitter? Se acham que é possível fazer a revolução usando essas ferramentas privadas de espionagem, estão redondamente enganados.” Isaac Wilder, cofundador da Free Network Foundation (FNF), tem uma proposta diferente para os ciberativistas de plantão. Em vez de lutar contra a censura corporativa e governamental sobre a internet, Wilder propõe a criação de uma outra internet, livre. Em entrevista por e-mail ao Link, ele explicou melhor o que chama de ciberespaço cidadão.
SÃO PAULO – “Facebook? Twitter? Se acham que é possível fazer a revolução usando essas ferramentas privadas de espionagem, estão redondamente enganados.” Isaac Wilder, cofundador da Free Network Foundation (FNF), tem uma proposta diferente para os ciberativistas de plantão. Em vez de lutar contra a censura corporativa e governamental sobre a internet, Wilder propõe a criação de uma outra internet, livre. Em entrevista por e-mail ao Link, ele explicou melhor o que chama de ciberespaço cidadão.
Isaac tem apenas
22 anos, já estudou Ciências da Computação e Filosofia, mas abandonou os
dois cursos para se dedicar unicamente ao seu projeto. Após viajar para
Cuba e se deparar com a dificuldade de acesso à internet por lá,
colocou para si a meta de elaborar uma estrutura de rede que pudesse
levar conexão de forma barata e segura para onde houvesse demanda.
Fora do papel, a ideia tomou corpo em forma de uma estrutura física – uma antena de quase três metros, chamada FreedomTower (torre da liberdade), e um dispositivo que funciona como roteador, servidor e armazenador de dados, o FreedomBox. (caixa da liberdade). Quando o movimento Occupy Wall Street ganhou força em 2011, os manifestantes precisavam de conexão segura e rápida, 24 horas, para se comunicar com o mundo. Era a chance de Wilder. Ele aproveitou e obteve sucesso não só em Nova York, mas no Occupy de Austin e Los Angeles.
De infraestrutura para protestos, a antena da internet livre deveria tomar o mundo. Esse era e ainda é o plano. Wilder vê à frente o mundo inteiro interligado por uma rede privada (VPN) criada graças à presença de FreedomTowers e Boxes espalhadas em domicílios do mundo todo.
“Em cinco anos, a maioria das metrópoles do mundo terão porções significativas de sua população conectada a uma rede comunitária”, prevê. “Chegamos a um ponto de inflexão tecnológica, e este momento está finalmente chegando ao público geral.”
Wilder acredita que sua ideia tem bastante chance de ser difundida, principalmente por causa do baixo custo da estrutura (US$ 1.240 a antena e US$ 100 o box) e da redução posterior de gastos com internet, já que a rede “cidadã” tende a ser mais barata do que a conexão vendida pelas operadoras. “Usamos o que temos à disposição para criar coisas melhores para o futuro. O sistema atual proporciona as condições necessárias para a sua própria obsolescência. Não é um paradoxo que usemos os equipamentos dessas empresas de hoje – é uma estratégia.”
Segundo Wilder, há no mundo movimentos com o mesmo propósito. “De Atenas a Berlim, de Cabul a Nairóbi. Isto só tende a se expandir conforme as tecnologias melhoram”, acredita.
A FNF está hoje em Kansas, no Missouri, onde fará uma grande demonstração da sua rede e sobrevivendo de doações. A organização ganhou mais evidência quando Richard Stallman, fundador da Free Software Foundation, passou a fazer parte do Conselho. “Ele está empolgado em ver que uma nova geração de hackers pensando de maneira ética sobre a tecnologia.”
Fora do papel, a ideia tomou corpo em forma de uma estrutura física – uma antena de quase três metros, chamada FreedomTower (torre da liberdade), e um dispositivo que funciona como roteador, servidor e armazenador de dados, o FreedomBox. (caixa da liberdade). Quando o movimento Occupy Wall Street ganhou força em 2011, os manifestantes precisavam de conexão segura e rápida, 24 horas, para se comunicar com o mundo. Era a chance de Wilder. Ele aproveitou e obteve sucesso não só em Nova York, mas no Occupy de Austin e Los Angeles.
De infraestrutura para protestos, a antena da internet livre deveria tomar o mundo. Esse era e ainda é o plano. Wilder vê à frente o mundo inteiro interligado por uma rede privada (VPN) criada graças à presença de FreedomTowers e Boxes espalhadas em domicílios do mundo todo.
“Em cinco anos, a maioria das metrópoles do mundo terão porções significativas de sua população conectada a uma rede comunitária”, prevê. “Chegamos a um ponto de inflexão tecnológica, e este momento está finalmente chegando ao público geral.”
Wilder acredita que sua ideia tem bastante chance de ser difundida, principalmente por causa do baixo custo da estrutura (US$ 1.240 a antena e US$ 100 o box) e da redução posterior de gastos com internet, já que a rede “cidadã” tende a ser mais barata do que a conexão vendida pelas operadoras. “Usamos o que temos à disposição para criar coisas melhores para o futuro. O sistema atual proporciona as condições necessárias para a sua própria obsolescência. Não é um paradoxo que usemos os equipamentos dessas empresas de hoje – é uma estratégia.”
Segundo Wilder, há no mundo movimentos com o mesmo propósito. “De Atenas a Berlim, de Cabul a Nairóbi. Isto só tende a se expandir conforme as tecnologias melhoram”, acredita.
A FNF está hoje em Kansas, no Missouri, onde fará uma grande demonstração da sua rede e sobrevivendo de doações. A organização ganhou mais evidência quando Richard Stallman, fundador da Free Software Foundation, passou a fazer parte do Conselho. “Ele está empolgado em ver que uma nova geração de hackers pensando de maneira ética sobre a tecnologia.”
*Tecedora
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