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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, julho 14, 2012


Publicado em 14/07/2012

Chuíça (*) tem que
chamar o PCC pelo nome

Como diz o Mino Carta, SP é a única cidade em que o crime se organiza dentro das cadeias.
Há três nomes que você não pode pronunciar numa roda de tucanos sem provocar fuga em desabalada carreira: Daniel Dantas, Ricardo Sergio de Oliveira e Paulo Preto

Voa pena de tucano para todo lado.

Uma sigla tem o mesmo efeito centrífuga: PCC.

Por isso, o PiG (**), sempre tão gentil, não menciona qualquer dos quatro.

O que não impede que os quatro continuem a operar com as armas de sempre.

Por exemplo, o PCC S/C Ltda:

Em apenas quatro horas, polícia mata 8 suspeitos na Grande SP



André Caramante

A onda de violência iniciada há um mês na Grande São Paulo, quando policiais militares de folga passaram a ser alvo de atentados e mortos, teve um novo capítulo entre a noite de quinta e a madrugada de ontem: em quatro horas, oito suspeitos foram mortos por PMs em seis ocorrências.

Em todos os casos, a versão dos policiais para as mortes é a mesma: eles faziam patrulhamento, desconfiaram de veículos, deram ordem de parada e houve fuga, perseguição e tiroteio.

Em nenhuma das seis ocorrências, duas delas envolvendo a Rota, PMs se feriram.

Um dos mortos é suspeito de ter atirado contra uma base fixa da PM em Parelheiros, bairro da zona sul paulistana.

O saldo das mortes em quatro horas ficou bem acima da média diária registrada entre janeiro e maio deste ano no Estado, segundo a Corregedoria da PM -1,7 ao dia.

A letalidade policial no mesmo período, neste ano, subiu 4,5% em relação ao ano passado: 268 mortos contra 256 em 2011.

“Existe omissão por parte dos responsáveis pela Segurança Pública em São Paulo. Por isso, é difícil responder ao certo o que acontece atualmente. Mas é certo que a polícia está matando mais e isso pode indicar uma falta de controle dentro da PM. Estamos em um período do tudo pode”, disse Guaracy Mingardi, pesquisador da FGV e ex-diretor da Secretaria Nacional de Segurança Pública.



Saiu também na Folha (***):

Picolé ou suflê?


VERA MAGALHÃES

SÃO PAULO – Qual é a marca da gestão Geraldo Alckmin em São Paulo? Um ano e meio depois do início da terceira passagem do tucano pelo Palácio dos Bandeirantes, não é possível responder de bate-pronto.


A falta de um projeto que norteie o governo e dê musculatura política para que Alckmin dispute uma reeleição com inédito grau de acirramento preocupa aliados do tucano.


Saiu no Estadao:

Confrontos com a PM deixam 7 mortos e 2 detidos na Grande São Paulo


No Globo:

Homem é baleado após atirar contra base da PM na Zona Sul

Mortos em Osasco foram escolhidos de forma aleatória, diz delegado


E no Conversa Afiada:

Tiroteio mata 8 na Chuíça (*).  E o Cerra quer ser prefeito

Navalha
Se o amigo navegante se preocupa com a Segurança na Chuíça (*), essa que virou suflê, e a integridade (eleitoral) dos tucanos, aqui vai uma explicação para a recente atividade do PCC S/C Ltda, instituição que simboliza os 18 anos de coronelato tucano.
O Serviço de Inteligência (existe !) da Secretaria de Administração Penitenciária da Chuíça interceptou uma carta trocada entre pavilhões da Penitenciária de Presidente Venceslau.
Uma carta do número Dois para o número Três da Administração Central do PCC S/C Ltda, que tem sede nos presídios da Chuíça.
Na carta, há o nome de treze policiais militares da Rota – a Scotland Yard da Chuíça – marcados para morrer.
Além dos treze, o PCC S/C Ltda (o Conversa Afiada desconhece seu CNPJ) nomeava na carta, também marcados para morrer, um porteiro de condomínio e um vigilante, testemunhas de prisões de membros do PCC.
Diante disso, a administração suflê resolveu transferir o número Dois do PCC S/C Ltda para o Regime Disciplinar Diferenciado, na Penitenciária de Presidente Bernardes.
Foi essa internação no RDD de uma prisão de segurança máxima que provocou a retomada da Chuíca pelo PCC S/C Ltda.
O Conversa Afiada prefere não identificar o Dois e o Três nem os policiais da Rota mencionados na dita carta, porque tem juízo.
Como diz o Mino Carta, São Paulo é a única cidade do mundo em que o crime se organiza dentro das cadeias.
Viva a Chuíça !
E o Cerra ainda quer ser prefeito.



(Não deixe de ler “com que diploma Cerra vai se candidatar a Presidente ?”.)


Paulo Henrique Amorim

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